A estiagem deste ano e a prevista para 2024 que também anuncia seca relevante segundo os movimentos monitorados do El Niño, seriam janelas mais oportunas para a execução. O trabalho pode ser realizado simultaneamente em diversos locais dada a facilidade e mobilidade dos equipamentos, e o resultado seria distribuído pela Capitania dos Portos para as embarcações sob seu registro
Por Juarez Baldoino
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Articulação entre entidades locais e a classe política amazônida podem viabilizar ações para obter resultado direto em minimizar retardo no delicado processo de desenvolvimento da região diretamente relacionado ao fluxo de cargas e pessoas, muito dependente dos ciclos das águas.
Um trabalho de aerofotogrametria sobre os leitos secos das principais calhas da Amazônia requalificaria as cartas náuticas que orientam a navegação, de forma mais veloz e com menor custo se comparado ao sistema convencional, podendo também ser realizada batimetria nos cursos onde a água permanece, através do sistema sensorial em ampla utilização atualmente. O período da seca é a melhor oportunidade para se identificar os pedrais, os bancos de areia, as ilhas submersas e os canais sinuosos originários dos rios.
Lago do Aleixo, em Manaus, está seco. Foto: Gato Junior/ Rede Amazônica
As imagens podem ser obtidas por avião, mas os drones atualmente com tecnologias avançadas, como demonstrado em eventos técnicos a exemplo do Simpósio Internacional de Gestão de Projetos Inovação e Sustentabilidade (vide Anais do VII SINGEP – São Paulo – SP), se constituem em ferramenta moderna, eficiente e acessível. A tecnologia é associada ao Google Earth.
A estiagem deste ano e a prevista para 2024 que também anuncia seca relevante segundo os movimentos monitorados do El Niño, seriam janelas mais oportunas para a execução. O trabalho pode ser realizado simultaneamente em diversos locais dada a facilidade e mobilidade dos equipamentos, e o resultado seria distribuído pela Capitania dos Portos para as embarcações sob seu registro.
Para os cursos d´água que não secam, a batimetria sensorial periódica e constante sobre os principais rios que apresentam movimentos em seu leito com deslocamento de bancos de areia, como é o caso do Rio Madeira, é outra aplicação com resultado imediato. O custo da operação não é expressivo, principalmente se comparado aos benefícios que podem ser gerados. Além de recursos federais, há os internacionais acessíveis no curto e médio prazos para tais projetos em benefício das populações e do monitoramento da região.
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Em novembro de 2013 o Ministério das Minas e Energia celebrou o Acordo de Cooperação Técnica entre a CPRM – Serviço Geológico do Brasil e a ANP Agencia Nacional de Petróleo, para gerar uma batimetria com os dados do General Bathymetric Chart of the Oceans-GEBCO (http://www.gebco.net), neste caso para as plataformas marítimas do Brasil, que a marinha chama de “Amazônia Azul”. Acordo semelhante poderia ser feito para a Amazônia. Seria preciso um ente público ou privado que tomasse a iniciativa e se habilitasse.
Juarez é Amazonólogo, MSc em Sociedade e Cultura da Amazônia – UFAM, Economista, Professor de Pós-Graduação e Consultor de empresas especializado em ZFM.
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