“E o título de cidadão Amazonense, finalmente, é justo e meritório para um amazônida que considera a ZFM como o seu partido político, que se compromete em fazer alianças com todos os outros partidos do setor produtivo para integrar o bloco Amazônia.”
Régia Moreira Leite
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O título de cidadão amazonense para um Amazônida da estirpe de Nelson Azevedo é um reconhecimento justo, oportuno e meritório. Numa palavra, um cidadão extraordinário! Nelson nasceu no baixo Amazonas, bem mais perto de Manaus do que de Belém, apesar da geografia representar um detalhe no conjunto da obra cidadã desta novo e sempre amazonense!
Poucas pessoas foram tão acolhedoras como Nelson em meu desembarque na Amazônia e poucas me ensinam tanto neste desafio de enraizamento e envolvimento com esta terra prometida, um presente que recebemos do nosso bom Deus, e que o Brasil começa aos poucos a valorizar.
Com Nelson, por seu testemunho e por sua jornada, posso responder que todos nós perderíamos com uma eventual remoção do programa Zona Franca de Manaus. São tantas as ameaças do liberalismo, já incorporadas até em Propostas de Emenda Constitucional… Entretanto, é claro que o Brasil teria muito mais a perder se este movimento de alguns atores da economia brasileira e suas intenções fiscais fosse consumadas. Desconheço uma economia baseada em compensação fiscal com tantos acertos sociais, econômicos e ambientais.
O parceiro Nelson Azevedo é o primeiro a aplaudir as ações positivas do atual governo, especialmente as movimentações para recuperar a rodovia BR-319. Otimista por natureza, entretanto, e com muita diplomacia, ele não titubeia em priorizar os interesses do Amazonas e de sua economia, todas as vezes que desconfia de qualquer tipo de ameaça ou prejuízo nos mecanismos de salva-guardas do Polo Industrial de Manaus.
Fui atrás, com muita alegria preciso declarar, de saber quem era esta figura tão singular na paisagem do desenvolvimento socioeconômico do Amazonas. Ele já dirigiu o Centro da Indústria do estado do Amazonas e tem atuado em todos os fóruns e entidades que defendem com seriedade, e conteúdo, os direitos e as premissas do programa ZFM. Isso acontece desde que saiu da UTAM, a Universidade Tecnológica que deu lugar à atual Escola Superior de Tecnologia da UEA. Ali, com apoio de empresários e diretores residentes do Distrito Industrial, ajudou a instalar a primeira escola técnica de informática para atender às demandas da indústria, do comércio e serviços desta economia.
Sempre trabalhando em alinhamento com os pioneiros da economia local, entre eles, Mário Guerreiro, Moysés Israel e Natan Xavier de Albuquerque, Nelson não esquece do sócio local da Moto Honda da Amazônia que o escolheu, em suas origens de instalação, para diretor residente daquela que seria a maior fábrica de motocicletas do mundo fora do Japão. E, pelo que sabemos, essa foi uma das experiências mais importantes de sua trajetória. Isso me foi dito por ele mesmo e reafirmado por seus contemporâneos.
Transcorria os anos 80, Manaus carecia de mão de obra qualificada, razão pela qual, nos primórdios da Moto Honda, muitos colaboradores mais qualificados eram importados de São Paulo ou do próprio Japão. Coube ao diretor Nelson Azevedo um trabalho obstinado de qualificação de quadros locais/regionais para substituir paulatinamente os colaboradores “importados” e seus altos salários, para os cargos estratégicos.
Podemos dizer então que Nelson tem uma vasta contribuição no avanço de inovação tecnológica da nossa indústria, valorização dos talentos locais, integração da academia e da economia com às demandas do chão de fábrica. Sua teimosia sempre foi fortalecer este Programa de Acertos na redução das desigualdades regionais. E sua a proposta de diversificação, adensamento e interiorização do polo industrial de Manaus.
E por que é oportuno, neste momento de incertezas e ameaças, formalizar a certidão amazonense de Nelson Azevedo? Além de oportuno e justo, é simbólico. Alemanha de Paraense e agora Amazonense, Nelson é um verdadeiro amazônida, aquele que trabalha, planeja, articula e executa ações de totalidade para os interesses da Amazônia. Tive o prazer de atuar nas coordenadorias da FIEAM, que ele coordena, e que foram criadas sob sua inspiração. A palavra de ordem de todas elas sempre teve duplo sentido, ou seja, integração/união. União entre os setores da economia, somatório de todos os esforços e de todos os atores para integrar nossa economia ao resto do país. Não sem antes assegurar a coalizão dos Estados entre si.
Integração necessária e urgente para interligar os diversos segmentos do setor produtivo, não apenas para criar novas modulações econômicas, mas para demonstrar que o polo industrial de Manaus precisa ser adensado e consolidado e que suas receitas sejam aplicadas na região. Nossa indústria cumpriria, assim, o papel de sinapse de união de toda economia do Amazonas com os demais estados da Amazônia e dela com o Brasil.
E o título de cidadão Amazonense, finalmente, é justo e meritório para um amazônida que considera a ZFM como o seu partido político, que se compromete em fazer alianças com todos os outros partidos do setor produtivo para integrar o bloco Amazônia. Nelson advoga um trabalho das entidades de classe de toda região para que elas se envolvam em defender essa base parlamentar amazônica para que o Brasil possa abraçar nossa modelagem sustentável de desenvolvimento. Foi assim que o Brasil fez com Pró-álcool, Embrapa, Embraer, abraçar a Amazônia, pois, significaria reconhecer sua importância estratégica e suas potencialidades em contribuir com um novo capítulo na história da civilização brasileira. Parabéns, querido Amazonense, estamos juntos nessa festa e nesta luta.
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