“O Polo Industrial de Manaus é uma alternativa econômica e um exemplo para o mundo. Ele mostra que desenvolvimento econômico e preservação ambiental não são objetivos excludentes, mas complementares”.
Por Rildo Silva
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A Amazônia, com toda sua riqueza e diversidade, ocupa um papel central nos debates globais sobre mudanças climáticas e sustentabilidade. Além de ser um dos maiores ativos ambientais do planeta, a região apresenta um modelo econômico único no mundo: o Polo Industrial de Manaus (PIM), impulsionado pelos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM).
Esse modelo, que alia desenvolvimento econômico à preservação ambiental, tem se mostrado um exemplo concreto de que é possível crescer sem destruir. No entanto, o desafio da descarbonização global impõe novas responsabilidades e oportunidades, que as empresas incentivadas pela Suframa têm assumido com protagonismo.
As indústrias do PIM já começam a demonstrar, por meio da contabilidade ambiental, baseada em critérios científicos, que é possível quantificar os impactos positivos gerados por suas operações. Por exemplo, a redução de emissões de gases de efeito estufa tem sido significativa.
Estimativas recentes mostram que, apenas em 2023, as práticas sustentáveis implementadas pelas empresas evitaram a emissão de milhões de toneladas de CO₂. Além disso, o modelo econômico da ZFM é diretamente responsável pela manutenção de mais de 90% da cobertura florestal do Amazonas, ao propiciar milhares de empregos e incentivar o uso responsável dos recursos naturais e a geração de oportunidades formais de renda, fatores que desestimulam o desmatamento. Essa preservação ambiental, que beneficia toda a humanidade, é um dos maiores legados da região.
A inserção das empresas no coração da Amazônia impõe uma responsabilidade extra aos investidores do PIM. A floresta em pé não é apenas uma herança natural; é também uma vantagem competitiva. Muitos mercados internacionais estão cada vez mais exigentes quanto à sustentabilidade dos produtos que consomem, e o PIM tem mostrado que pode atender a essas expectativas.
A integração de matrizes energéticas renováveis no processo produtivo, por exemplo, não apenas reduz custos a longo prazo, mas também posiciona as indústrias como líderes no movimento global de transição energética.
No entanto, essa trajetória não é isenta de desafios. Investir em tecnologias mais limpas e em processos industriais modernos exige esforços consideráveis. Além disso, a logística da região, um dos pontos historicamente sensíveis, precisa se alinhar aos princípios de sustentabilidade.
O transporte fluvial, por exemplo, poderia ser otimizado com o uso de biocombustíveis, reduzindo ainda mais as emissões de carbono. Há também um vasto potencial para o mercado de créditos de carbono, no qual a Amazônia pode se tornar um dos principais players globais. As empresas do PIM estão estrategicamente posicionadas para aproveitar essa oportunidade, mas é necessário maior articulação entre políticas públicas e iniciativas privadas para que isso aconteça.
O que diferencia o PIM em um contexto global é a sua capacidade de unir inovação, conservação e desenvolvimento regional. Enquanto muitas economias debatem como reduzir suas emissões de carbono, o PIM já está mostrando resultados concretos. A bioeconomia, por exemplo, desponta como um dos setores mais promissores, transformando a biodiversidade da floresta em produtos de alto valor agregado para o mercado global. Isso gera emprego, fortalece a economia local e ainda contribui para a conservação dos ecossistemas.
Nesse cenário, é fundamental reconhecer que a liderança sustentável do Polo Industrial de Manaus não se limita à região. Ela tem impacto direto no enfrentamento das mudanças climáticas e na busca por um futuro mais equilibrado para o planeta. Cada empresa, cada trabalhador e cada política implementada no PIM contribui para construir um modelo econômico que, mais do que preservar, inspira. O modelo da ZFM é uma resposta prática e viável aos grandes desafios de nossa época.
O Polo Industrial de Manaus é uma alternativa econômica e um exemplo para o mundo. Ele mostra que desenvolvimento econômico e preservação ambiental não são objetivos excludentes, mas complementares. Ao manter a floresta em pé e avançar na descarbonização, o PIM reforça o papel estratégico da Amazônia e do Brasil no cenário global. O futuro exige responsabilidade e inovação, e é exatamente isso que buscamos entregar.
Rildo Silva é Presidente do SINAEES e acredita no desenvolvimento sustentável como caminho para a Amazônia e o mundo.