PF ignora denúncias de indígenas e descarta crime organizado nos assassinatos de Bruno e Dom

A Polícia Federal (PF) divulgou em nota o descarte da possibilidade de haver mandantes por trás dos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips no Vale do Javari. Segundo a nota, não há evidências para apoiar a teoria e os assassinatos provavelmente foram cometidos por motivos pessoais. A linha de investigação era considerada devido ao trabalho das vítimas na proteção dos indígenas da região.

No entanto, a Folha e o Estadão informam que policiais federais desconfiam da participação de mais pessoas no assassinato. Do Estadão: “Até o momento, estão presos Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, e o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”. A corporação avalia novas prisões nos próximos dias.”

A mudança na investigação foi criticada por líderes indígenas e organizações de Direitos Humanos, que acusam a PF de ignorar importantes pistas e de não investigar adequadamente o caso. Também manifestaram a preocupação quanto ao descarte da existência de mandantes levar ao encerramento da investigação sem que os verdadeiros motivos por trás dos assassinatos sejam revelados.

A colunista Miriam Leitão estranhou n’O Globo o descarte da existência de mandante ou organização criminosa por trás do assassinato: “O que a PF fez foi afastar a principal linha de investigação, a mais provável (… )Investigador bom não descarta a linha de investigação. Investigador bom não descarta a linha de investigação mais provável. Todos os sinais prévios são de que os executores sejam ligados a alguma organização criminosa que atua na região.”

FolhaAmazônia RealPúblicaValor, entre outros veículos, também divulgaram as informações.

Em tempo: A presidência da FUNAI negou por três vezes os pedidos de nomeação de responsável pelo Serviço de Gestão Ambiental e Territorial da região do Javari, deixando assim vago um cargo decisivo para a fiscalização da região.

Fonte: Clima INFO

Redação BAA
Redação BAA
Redação do portal BrasilAmazôniaAgora

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