“Comissões de Logística e Competitividade do CIEAM recomendam a importância de uma abordagem estratégica de integração multi operacional e produtiva para desenvolver a Nova Indústria Brasil, baseada na sustentabilidade e inovação”
Anotações de Alfredo Lopes
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Coluna Follow-Up
Com a sensibilidade e sabedoria de quem acompanha o dia a dia da economia da Amazônia, o professor Augusto Rocha alerta para os avanços e solavancos do industrial do Amazonas, destacando a importância da sustentabilidade florestal e convidando críticos a conhecerem a realidade deste conglomerado fabril. Uma indústria que cresce no coração da maior floresta tropical do planeta, descarbonizada, uma economia singular que, a um só tempo, produz riqueza e protege a mata. Isso é feito sem a concorrência do recurso público. Sim, embora não se debata o assunto, não há recurso público na construção dessa malha fabril.
O que é sustentabilidade florestal?
A indústria na Amazônia é vista como uma maneira de conservar a floresta, atribuindo-lhe função econômica e aproveitando seus bioativos de maneira sustentável. Seus programas prioritários de desenvolvimento de Bioeconomia e Tecnologia da Informação e Comunicação foram pensados para agregar a inovação tecnológica numa Bioeconomia 4.0. E assim resguardar o novo objetivo que é integrar essa produção ao projeto industrial do Brasil, promovendo a Nova Indústria Brasil.
Bioeconomia e Tecnologia da Informação e Comunicação
A indústria da Zona Franca de Manaus ganha atenção da Nova Indústria Brasil por seu PIB industrial, com performance relevante e um programa historicamente aprovado em sua agregação tecnológica que registra investimentos significativos em semicondutores.
Esses aportes estão chegando com duas iniciativas já avançadas no crivo da SUFRAMA, responsável pela gestão da contrapartida fiscal. São indicadores de reversão da indústria nacional parecia estar em movimento de declínio. Isso sem as medidas empreendedoras de fomento do Plano Safra, que recebeu um investimento significativamente maior que o destinado à indústria, evidenciando a disparidade de prioridades entre os setores.
“Deus é grande, mas o mato é maior”
Quem afirma é Guimarães Rosa nos Grandes Sertões e Veredas, ao ilustrar os mistérios e certezas da floresta para o olhar humano. Isso poderia, talvez, nos autorizar a nomear a indústria da Floresta, suas perspectivas e portfólio como motivos de reconhecimento da necessidade de aumentar o conhecimento, o apoio e a ampliação da indústria nacional nos trópicos.
Aqui, onde existe menos de 1% de estabelecimentos fabris, a indústria de transformação alcança o dobro de agregação tecnológica em relação à indústria do Sudeste, onde atuam somente em São Paulo 30% das fábricas. Há razões e recomendações compulsórias, de sobra, para conhecer como se dá o surpreendente e inusitado processo fabril no meio do mato.
Investimentos em educação e descarbonização
O Programa federal para inserir Mestres e Doutores na indústria alocará R$ 61 milhões para projetos, mas o valor é considerado insuficiente. A Coreia do Sul, no quinto lugar do ranking, investiu US$ 100 bi em pesquisa, desenvolvimento e inovação em 2023. Os Estados Unidos, US$600 bi.
Comparativamente, um convênio do Brasil com a Alemanha destinou R$ 136 milhões para projetos de descarbonização da indústria nacional. E no Polo Industrial de Manaus esta movimentação se repete. Entretanto, a nova gestão federal começa a enxergar os benefícios esperados com o desenvolvimento industrial regionalizado para potencializar estruturas produtivas existentes, como a indústria baseada em Manaus.
O amanhã já se apresenta
A academia identifica a necessidade de desenvolver indústrias de drones e veículos autônomos em Manaus, além de ampliar iniciativas como a Lume Robotics, postulando a construção de uma indústria do presente-futuro, focando nas necessidades atuais e do amanhã que se prenuncia, ao invés de olhar apenas para o passado. Em time que está ganhando musculatura e resultados é obrigatório mexer, movimentar, diversificar e mentalizar seus acertos.
Leia aqui o artigo
Logística e competitividade
Enfim a potencialização da indústria brasileira, a partir da performance da indústria regional florestal que responde pela movimentação de 30% da geração de riqueza no Norte do país, é uma necessidade fundamental que pode ser acelerada ampliando o que já existe.
O professor Augusto Rocha, (LEIA AQUI) responsável pelas Comissões de Logística e Competitividade do CIEAM que recomendam a importância de uma abordagem estratégica de integração multi operacional e produtiva para desenvolver a Nova Indústria Brasileira, baseada na sustentabilidade e inovação e no portfólio de uma indústria que está mais próxima dos parceiros principais da economia mundial, como aconteceu na conexão da borracha a partir de Manaus e Belém com o resto do mundo.
Voltaremos
Alfredo é filósofo, foi professor na Pontifícia Universidade Católica em São Paulo 1979 – 1996, é consultor do Centro da Indústria do Estado do Amazonas, ensaísta e co-fundador do portal Brasil Amazônia Agora
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