Morre Bruno Latour, defensor da ecologia política como saída para crise climática

O antropólogo e filósofo da natureza e da ecologia política, o francês Bruno Latour, faleceu em Paris no domingo (9/10), aos 75 anos de idade. Ele foi um dos principais intelectuais da atualidade, entre os dez mais influentes do mundo, e trabalhava na intersecção da sociologia, da antropologia e da ecologia. 

Latour defendia que a questão do clima e sua negação têm papel central na política, como relembrou o g1. O intelectual francês também destacou a importância do Brasil na resolução dos desafios ambientais e climáticos do planeta. 

UOL Ecoa assinalou a analogia feita por Latour sobre o Brasil atual e a Espanha durante a guerra civil dos anos 1930: como o país ibérico na véspera da Segunda Guerra Mundial, o Brasil será o palco das grandes transformações que tomarão o mundo no futuro.

“É que (…) se vocês administrarem uma solução, vocês salvam o resto do mundo. Porque em nenhum lugar há a mesma intensidade das duas tempestades se juntando, a ecológica e a política, como há no Brasil”, comentou à Folha.

Latour também observou que  o negacionismo climático está na raiz do escapismo da realidade e conecta as várias crises que estamos vivendo com o dilema ambiental, que não é mais uma crise, mas uma mutação.

Guardian e RFI também repercutiram a morte de Latour e o legado intelectual deixado por ele.

Em tempo: O ClimaInfo publicou em abril de 2020 uma visão de Latour para o futuro pós-pandemia. Seu intuito era não reproduzirmos a produção insustentável e o consumismo que nos levaram até aquela situação crítica, mas sim para aproveitarmos a oportunidade para construir um mundo mais solidário, sustentável e inclusivo, um mundo mais preparado para o enfrentamento de outra grande crise: a crise climática.

Texto publicado originalmente em CLIMA INFO

Redação BAA
Redação BAA
Redação do portal BrasilAmazôniaAgora

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