Hélio de Almeida: Um legado de criatividade e defesa da Amazônia

Nos últimos anos, Hélio de Almeida direcionou seu talento para causas ambientais, sendo um dos grandes defensores da Amazônia. Ele foi fundamental na criação da identidade visual do portal Brasil Amazônia Agora, uma iniciativa acadêmica, científica, jornalística e empresarial dedicada à preservação da Amazônia. Pautado pelos idealizadores da plataforma, o jornalista Alberto Morelli e o escritor Alfredo Lopes, Hélio contribuiu graciosamente, reforçando seu compromisso com a defesa ambiental.

Por Alberto Morelli e Alfredo Lopes
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Neste dia 20 de julho, em São Paulo, na semana em que completou 80 anos, faleceu Hélio de Almeida, um dos mais disruptivos artistas gráficos da mídia na história brasileira. Conhecido por sua habilidade única em mesclar rigor técnico com inovação estética, Hélio deixou um legado que transcende o design gráfico, impactando também a luta pela preservação ambiental, em especial a Amazônia.

Carreira prolífica e versátil

Hélio de Almeida iniciou sua carreira como diagramador em 1964, no jornal Folha de S. Paulo. Seu talento rapidamente o levou a integrar a equipe de jornalistas que produziu a revista VEJA, publicação semanal da Editora Abril lançada em 1968. Durante sua passagem pela VEJA, Hélio ajudou a moldar a identidade visual que ainda é referência no jornalismo brasileiro.

Como diretor de arte da Editora Globo, Hélio foi responsável pelas revistas Globo Rural, ModaBrasil e por todos os livros da editora entre 1986 e 1989. A partir de 1989, ele passou a colaborar regularmente com a Companhia das Letras, consolidando-se como um dos principais nomes do design editorial no país. Em 2008, ele publicou o livro Hélio de Almeida – Artista Gráfico, um compêndio de suas obras mais emblemáticas.

Contribuições para o Design Gráfico

Após um breve retorno à Folha de S. Paulo, onde desenvolveu o design de suplementos, Hélio criou o projeto gráfico da revista semanal IstoÉ, lançada em 1976 pela Editora Três. Durante oito anos como diretor de arte da revista, ele desenvolveu um estilo direto e impactante, utilizando imagens cruas em suas capas, apoiado por um trabalho tipográfico que marcou uma época na história visual e jornalística do Brasil.

Em 1984, Hélio retornou à Editora Abril, onde foi convidado para reformular graficamente as revistas Exame e Maiores & Melhores. Ele também participou da criação da Exame Vip e da Exame Informática, então novas publicações, consolidando seu papel como um dos mais inovadores designers gráficos do país.

Defensor da Amazônia

Nos últimos anos, Hélio de Almeida direcionou seu talento para causas ambientais, sendo um dos grandes defensores da Amazônia. Ele foi fundamental na criação da identidade visual do portal Brasil Amazônia Agora, uma iniciativa acadêmica, científica, jornalística e empresarial dedicada à preservação da Amazônia. Pautado pelos idealizadores da plataforma, o jornalista Alberto Morelli e o escritor Alfredo Lopes, Hélio contribuiu graciosamente, reforçando seu compromisso com a defesa ambiental.

Repercussões e homenagens

A morte de Hélio de Almeida repercutiu amplamente nas redes sociais e na mídia, com diversas homenagens de colegas, amigos e admiradores. Artistas gráficos, jornalistas e defensores do meio ambiente destacaram sua influência e seu legado, tanto na área do design quanto na defesa da Amazônia. Diversas instituições publicaram notas de pesar, reconhecendo a importância de seu trabalho e seu compromisso com a sustentabilidade.

Um Artista Completo

Além de sua carreira no design editorial, Hélio também produziu cartazes de teatro, logotipos e ilustrações para diversas revistas nacionais. Sua contribuição foi notável pelo rigor e apuro de suas criações, sendo um dos poucos brasileiros com obras editadas na revista suíça Graph, uma das mais conceituadas do mundo.

Apoio às Causas Sociais e Ambientais

Hélio de Almeida sempre apoiou entusiasticamente todas as causas sociais e ambientais mais relevantes. A todos que lutassem por essas bandeiras, ele oferecia sua colaboração através da arte gráfica na defesa de suas propostas. “Acompanhei Hélio de Almeida desde 1970, quando inicialmente colaborou comigo numa revista que produzia para a Bolsa de Valores. E daí em diante, nunca mais nos afastamos, cultivando uma sólida e impecável amizade – ele e sua mulher Laura Beatriz, também grande artista e ilustradora. Não sei contar as inúmeras colaborações em que trabalhamos juntos para as mais diversas atividades em que atuei na área da comunicação.

Foi, portanto, um artista à frente do seu tempo e um dos grandes do jornalismo gráfico no Brasil, tanto por seu talento como pela figura doce saudada unanimemente pelos seus contemporâneos. E nas palavras de um colega, que o acompanhou em diversas publicações, ‘ele tinha um talento colossal’. Que sua obra não seja esquecida. Vou trabalhar para encontrar alguém que me ajude na tarefa de montar uma retrospectiva da sua história exemplar.”

Legado e aplausos

Hélio de Almeida faleceu no sábado, 20 de julho, em São Paulo, e foi cremado no domingo, 21, no cemitério da Vila Alpina. Ele deixa a mulher, a ilustradora de livros infantis e artista plástica Laurabeatriz, e os filhos Maria Rosa, Thereza, Manu Maltez e Joaquim, além de seis netos e as irmãs Vera e Marli. Sua morte foi sentida por familiares, amigos e colegas de profissão, que divulgaram homenagens nas redes sociais.

Hélio de Almeida será lembrado não apenas por suas contribuições ao design gráfico, mas também por sua paixão pela preservação da Amazônia e seu compromisso com a sustentabilidade. Seu trabalho continuará a inspirar futuras gerações de designers e defensores do meio ambiente.

Obrigado, Hélio!

A trajetória de Hélio de Almeida é marcada pela inovação e pela dedicação a causas maiores, como a preservação da Amazônia. Sua vida e obra deixam um legado duradouro que continuará a influenciar o design gráfico e a luta ambiental no Brasil. Em um momento de grandes desafios para a sustentabilidade, sua visão e seus esforços se tornam ainda mais relevantes, servindo de exemplo para todos que buscam fazer a diferença.