O uso do extrato de planta pode reduzir significativamente os impactos sociais e ambientais do garimpo, especialmente na região amazônica, onde a contaminação por metais pesados compromete a saúde humana, os rios e a biodiversidade
Em busca de driblar o uso e os impactos ambientais negativos do mercúrio no garimpo, pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) se dedicaram ao estudo de uma alternativa natural, mais sustentável e com eficiência similar. Os resultados foram promissores: uma planta amazônica popularmente conhecida como “pau-de-balsa” (Ochroma pyramidale) apresentou cerca de 80% de eficiência na separação do ouro de outros minerais presentes em concentrados de sedimentos.

Com apoio da Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas), o grupo da UEA o uso do extrato aquoso das folhas da planta como uma alternativa sustentável ao mercúrio, substância altamente tóxica e amplamente utilizada no processo de extração de ouro.

De acordo com os pesquisadores, o uso do extrato é eficiente, simples, mais barato e ecologicamente correto do que os métodos tradicionais. A substituição desse metal pesado por extratos vegetais como o do pau-de-balsa pode reduzir significativamente os impactos sociais e ambientais do garimpo, especialmente na região da Amazônia, onde a contaminação por metais pesados compromete a saúde humana, os rios e a biodiversidade.
Como parte do estudo, segundo matéria do Globo Rural, foram realizadas ações de assessoria técnica com 490 famílias de associações agroextrativistas da região do Médio Madeira, no Amazonas. Também foram implantados 14 viveiros florestais no município de Manicoré, localizado a 332 km de Manaus, fortalecendo as estratégias de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas.