Sou aprendiz de ESG. E é justamente dessa posição que compartilho, com humildade e com convicção, o que venho aprendendo na prática cotidiana, nos encontros com os parceiros da indústria, nos diálogos com a cidade, e nas alianças que estamos tecendo com aqueles que acreditam que é possível fazer da Amazônia um exemplo de desenvolvimento com justiça social e responsabilidade ambiental.
A experiência que trago aqui é vivida. É construída no chão da floresta, no concreto da cidade, junto às equipes e nas salas onde se decidem os contratos e nas comunidades onde se vê, com os próprios olhos, o impacto de escolhas que antes pareciam técnicas — mas que são, acima de tudo, humanas.

No Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), temos um compromisso histórico com o desenvolvimento da região. Mas nos últimos anos, esse compromisso ganhou novas camadas: passamos a olhar para a sustentabilidade não só como um conceito, mas como um critério de decisão; para o meio ambiente não como um ativo externo, mas como parte essencial da equação econômica, o valor; e para a governança não como um instrumento de controle, mas como uma linguagem de confiança.
Por isso, quero compartilhar um exemplo que considero emblemático. Em Manaus, o contrato entre a concessionária Águas de Manaus e o setor industrial estabelece que tudo o que é arrecadado com a tarifa industrial deve ser revertido em modicidade tarifária para a população. Isso significa que, graças à conexão da indústria com a rede de saneamento, milhares de famílias são atendidas com tarifa social.
Esse é um caso claro de intersecção entre saneamento e desenvolvimento regional, entre produção e dignidade. E é também um exemplo de como a indústria da floresta pode — e deve — gerar valor compartilhado. Cada fábrica que se conecta à rede não está apenas recebendo água ou devolvendo efluentes tratados: está contribuindo para que mais gente tenha acesso a direitos básicos, como saúde, qualidade de vida e cidadania.

Tenho orgulho de dizer que esse tipo de parceria é possível porque a Zona Franca de Manaus não é apenas um modelo econômico — é um modelo de pacto. Um pacto que une diferentes setores, instituições e histórias em torno de um propósito comum: desenvolver com responsabilidade, crescer sem destruir, incluir sem adiar.
Os aprendizados da II Conferência Diálogos Amazônicos nos preparam para algo ainda maior: a COP30, que será realizada em Belém, no coração da Pan-Amazônia. Para chegar a esse encontro com a legitimidade que a história nos exige, precisamos levar exemplos como esse — simples, mas transformadores.
Aprendi que o ESG não é um checklist — é um caminho. E nesse caminho, não caminhamos sozinhos. Andamos com quem compartilha da mesma fé no território, no diálogo e na ação concreta. Por isso, sigo aprendendo. Mas agora com a certeza de que as indústrias da Amazônia têm o que mostrar, o que ensinar e, sobretudo, o que oferecer para o futuro do Brasil.