Segundo estudo recente, 95,6% dos produtores de café especial no Brasil já seguem práticas alinhadas aos critérios ESG — que envolvem aspectos ambientais, sociais e de governança
Nesta segunda-feira, 14 de abril, é celebrado o Dia Mundial do Café, data dedicada a homenagear uma das bebidas mais queridas e consumidas no Brasil. De acordo com dados recentes, os brasileiros consomem, em média, 1.412 xícaras de café por ano, o que coloca o país na segunda posição mundial dentre as populações que mais consomem a bebida.
Além disso, o Brasil também ocupa um papel de destaque como maior produtor e exportador de café do mundo, o que abre portas importantes para os pequenos produtores no mercado internacional — especialmente aqueles que se diferenciam pela alta qualidade dos grãos, práticas sustentáveis e origem rastreável.
Exemplos práticos desse cenário já existem em grandes países europeus: um deles é a marca Ozone Coffee, que, na Inglaterra, comercializa café brasileiro vindo diretamente da Fazenda Nova Aliança, em Monte Santo de Minas (MG). Além do Reino Unido, esse café especial também chega à Irlanda e à Nova Zelândia, com exportações anuais que variam entre seis e oito containers.

Segundo Juliana Paulino, mineira que há quase 13 anos exporta para os mesmos compradores britânicos, “a qualidade é uma exigência, mas o mercado internacional também valoriza muito a responsabilidade, a sustentabilidade em todos os níveis”. Isso reforça que, hoje, boas práticas ambientais e sociais são tão importantes quanto o sabor na conquista de mercados globais.
Importância da rastreabilidade e identificação do café especial
Nesta segunda, a Serasa Experian divulgou uma pesquisa revelando que o rastreamento do grão tem se tornado uma atividade fundamental no setor cafeeiro, especialmente por permitir a comprovação da origem e do trajeto do café, desde a lavoura até o porto, no caso das exportações. Além disso, cafés com o selo de Indicação Geográfica (IG) tem sido valorizados cada vez mais.
Esse selo é uma garantia de que o café tem história, qualidade e reputação, atributos altamente valorizados no mercado internacional. E, aos poucos, essa valorização vem ganhando espaço também entre os consumidores brasileiros, que começam a reconhecer a importância de um produto com origem controlada e práticas sustentáveis. O IG não apenas protege a identidade do produto, como também agrega valor e abre novas oportunidades comerciais para os produtores da região.

É o caso do café especial produzido pela propriedade de Juliana Paulino, que possui o selo IG do Sudoeste de Minas, região que abrange 21 municípios com forte tradição cafeeira. A certificação, na modalidade Indicação de Procedência (IP), foi concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) com o apoio do Sebrae Minas.
Práticas sustentáveis fazem a diferença
O estudo, repercutido em reportagem do Globo Rural, também destacou um dado significativo: 95,6% dos produtores de café no Brasil já seguem práticas alinhadas aos critérios ESG — que envolvem aspectos ambientais, sociais e de governança. Isso mostra um avanço importante rumo a uma cadeia de produção mais transparente, sustentável e responsável, o que fortalece a imagem do café brasileiro no mercado nacional e internacional.
“Essa reputação abre portas e agrega valor ao produto brasileiro, tanto no mercado interno quanto no exterior”, afirma, em nota, Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa Experian.