O dado gera alerta pois a estiagem, típica dos próximos meses, costuma coincidir com a temporada de queimadas, quando áreas já desmatadas são incendiadas para limpeza e uso do solo, o que dificulta o controle do fogo e pode aumentar ainda mais o desmatamento da Amazônia
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou uma tendência de aumento no desmatamento da Amazônia em abril de 2025, conforme os alertas do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), disponíveis na plataforma TerraBrasilis. Os dados, apresentados nesta quinta-feira (8), revelam um crescimento de 55% nos alertas de supressão florestal em comparação com abril de 2024 — um salto que acendeu o alerta entre autoridades ambientais do governo federal.
Embora o acumulado entre agosto de 2024 e abril de 2025 ainda indique uma queda geral de 5% no desmatamento em relação ao período anterior, o aumento pontual em abril, próximo ao início da estação seca, levanta preocupações. Isso porque a estiagem, típica dos próximos meses, costuma coincidir com a temporada de queimadas, quando áreas já desmatadas são incendiadas para limpeza e uso do solo, o que amplia os danos ambientais e dificulta o controle do fogo.

Os estados com maior número de alertas de desmatamento em abril foram Amazonas, Mato Grosso e Pará. No acumulado de janeiro a abril de 2025, a redução da área com alertas de desmatamento na Amazônia em comparação ao mesmo período do ano anterior foi de apenas 1%.
“Os dados do Deter de abril mostram que as políticas de comando e controle de desmatamento são eficazes, porém, sozinhas, não garantirão que alcancemos a meta do desmatamento zero, meta esta que deve ser alcançada muito antes de 2030″, reforça a porta-voz do Greenpeace, Thais Bannwart, em matéria do g1. “É importante que outras ações com efeitos perenes avancem mais rapidamente para coibir o desmatamento“, completa.
