Coluna Follow-Up
Denis Benchimol Minev, representante do setor privado na Amazônia junto à COP30, ao visitar o CIEAM, neste 17 de setembro, deixou uma mensagem clara e provocadora: “é hora de plantar árvores, rematar a Amazônia e preparar o futuro com coragem e pragmatismo”. Segundo ele, quem plantar a partir de 50 mil hectares pode, em apenas uma década, estar pronto para transformar sua iniciativa em negócio de impacto listado na bolsa de valores. E detalhou, mais uma vez, a operação.
A proposta não é apenas florestal — é paradigmática.
A COP30, lembrou Minev, deve ser encarada como um mecanismo para acelerar ações e não apenas como um espaço de discursos. Os 30 objetivos-chave da Agenda de Ação são um roteiro viável para qualquer empresa que pretenda ter negócios sólidos no planeta, no Brasil e na Amazônia. Acompanhar essa agenda é virar a chave dos paradigmas da sustentabilidade.
Felicitações e Provocação
Minev felicitou a iniciativa conjunta da Suframa e do CIEAM no protocolo ZFM + ESG, destacando o caráter de “intervenção soft”, uma abordagem leve, mas estratégica, para estimular as empresas a mudarem de paradigma.
A Portaria Suframa nº 1.860, de 21 de março de 2025 – a quem interessar possa – instituiu a Iniciativa ZFM + ESG, marco regulatório que incentiva a adoção de práticas ambientais, sociais e de governança corporativa pelas empresas do Polo Industrial de Manaus. Seu caráter voluntário e educativo, sem penalidades ou obrigações legais, garante segurança jurídica e mobiliza o setor produtivo para a agenda sustentável. A iniciativa terá duração inicial de um ano, renovável, e prevê a emissão de certificados de participação — não equivalentes a certificações ESG formais, mas representando um compromisso de transição e aprendizado coletivo.
Marco pedagógico
Segundo o superintendente em exercício da Suframa, Frederico Aguiar, trata-se de “um marco pedagógico que reposiciona a ZFM como vitrine de práticas sustentáveis, sem impor encargos que possam inibir investimentos. Nosso objetivo é abrir caminho para que cada empresa encontre seu ritmo e descubra o valor agregado do ESG em sua própria operação.”
Para a publisher do Brasil Amazônia Agora, Régia Moreira, líder da Comissão ESG do CIEAM, a Iniciativa ZFM + ESG é “um sinal de confiança: demonstra que o setor produtivo e o Estado podem trabalhar juntos numa agenda de futuro, alinhando interesses de mercado e compromissos ambientais.”
Já o presidente executivo do CIEAM, Lúcio Flávio, enfatizou que o protocolo inaugura “um espaço de adesão progressiva. Se o primeiro passo é leve, educativo e voluntário, o próximo deve ser mais ambicioso, trazendo métricas claras de impacto e oportunidades de acesso a mercados, crédito e inovação. É hora de transformar essa adesão simbólica em valor econômico tangível para a indústria e para a Amazônia.”
Minev, após ouvir as manifestações, reforçou a indagação:
Qual é o próximo passo?
Será manter o caráter leve, para engajar cada vez mais empresas, ou será necessário evoluir para um padrão mais exigente e estruturado, capaz de gerar reconhecimento nacional e internacional para a ZFM como plataforma ESG da Amazônia?
Minev felicitou a iniciativa conjunta da Suframa e do CIEAM no protocolo ZFM + ESG, destacando o caráter de “intervenção soft”, uma abordagem leve, mas estratégica, para estimular as empresas a mudarem de paradigma.
Uma Agenda Fundada em Soluções
A Agenda de Ação da COP30 propõe uma arquitetura simplificada e integrada, reunindo governos, empresas, investidores, cidades, comunidades e sociedade civil em uma “contribuição globalmente determinada”.
Seus 30 objetivos-chave oferecem pontos de superalavancagem em seis grandes eixos — de energia a florestas, de agricultura a cidades resilientes, da inclusão social às finanças climáticas. A ideia é clara: agir em uníssono para acelerar a implementação do Acordo de Paris, com metas concretas e acompanhamento regular.
Minev destacou que a Amazônia, com sua biodiversidade e capacidade de inovação, pode ser protagonista em soluções globais, conectando a bioeconomia local a um mercado mundial ávido por respostas climáticas consistentes.
Mobilização e Construção Coletiva
A Presidência da COP30 já anunciou que os objetivos servirão como norte para Grupos de Ativação, que reunirãm países, empresas, ONGs e comunidades. Será a oportunidade de alinhar compromissos, monitorar avanços e garantir que ninguém seja deixado para trás.
“O futuro exige ação, não apenas intenções”, disse Minev, lembrando que plantar árvores e criar novos paradigmas de investimento sustentável é também plantar confiança, prosperidade e soberania para a Amazônia e para o Brasil.