Altas temperaturas hospitalizam milhares no Japão e revelam como o calor extremo ameaça a saúde pública global em um cenário de mudanças climáticas aceleradas.
O Japão registrou, entre maio e setembro de 2025, o maior número de internações por insolação de sua história: mais de 100 mil pessoas foram hospitalizadas devido às temperaturas extremas, de acordo com dados preliminares da Agência de Gestão de Incêndios e Desastres. Trata-se de um marco alarmante, impulsionado pelo verão mais quente já documentado no país desde o início dos registros meteorológicos em 1898.

Mais da metade dos casos envolveu idosos com 65 anos ou mais, grupo particularmente vulnerável aos efeitos do calor extremo. Ao todo, 116 pessoas morreram e outras 36.448 apresentaram sintomas graves que exigiram internação prolongada, segundo a emissora pública NHK.
As altas temperaturas vêm se intensificando em todo o mundo e, como alertam especialistas, ondas de calor extremo mais frequentes e letais são uma consequência direta das mudanças climáticas. Diante desse cenário, o governo japonês anunciou uma série de medidas emergenciais para mitigar os efeitos sobre a população.
Foram instalados sistemas de resfriamento em espaços públicos como bibliotecas e escolas, além da ampliação do número de aparelhos de ar-condicionado em ginásios escolares. Segundo informações da agência Bloomberg, também foram implementadas novas normas trabalhistas que obrigam empregadores a adotar protocolos de proteção para seus funcionários durante períodos de temperatura elevada.
A insolação, quando não tratada rapidamente, pode causar falência de órgãos e ser fatal. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, entre 2000 e 2019, o calor extremo causou cerca de meio milhão de mortes por ano no mundo. Com o aumento da frequência e intensidade desses eventos climáticos, especialistas destacam a importância de políticas públicas e ações de adaptação para proteger as populações mais vulneráveis.