“O Brasil deveria saber que um país que não cobra de seus bilionários está condenado a mendigar por migalhas para financiar sua dignidade. Chegou a hora de mudar. Chegou a hora de chamar as coisas pelo nome. Justiça tributária é o novo nome da dignidade social“
Justiça tributária é o novo nome da dignidade social
Enquanto o Brasil discute a criação de 18 novas vagas na Câmara dos Deputados, o debate mais urgente segue sufocado por interesses e distrações institucionais: quem paga a conta do Estado brasileiro? A resposta é: os mais pobres.
O Brasil está entre os piores do mundo em justiça fiscal
• Apenas 4% da arrecadação federal vem de lucros e dividendos — que seguem isentos no país desde 1995.
• Países como Alemanha, Canadá e França cobram entre 25% e 35% de seus super-ricos.
• Segundo a Oxfam, os 10 maiores bilionários brasileiros aumentaram suas fortunas em mais de R$ 200 bilhões desde 2020, enquanto 33 milhões de pessoas voltaram à fome.
O que fazer com os bilhões que não cobramos?
Uma reforma tributária verdadeiramente justa — com taxação de lucros e dividendos, grandes fortunas e heranças bilionárias — poderia gerar entre R$ 60 e R$ 100 bilhões por ano. Com esse volume de recursos, o país poderia:
1. Integrar a Amazônia pela infraestrutura: construir e revitalizar 50 portos regionais nos rios amazônicos, instalar sistemas logísticos multimodais que conectem comunidades ribeirinhas e financiar a dragagem permanente dos trechos críticos.
2. Universalizar a educação de base e técnica: ofertar vagas em creches para todas as crianças de 0 a 6 anos, construir 5 mil novas escolas de tempo integral em áreas periféricas e indígenas e investir na UEA e outras universidades da Amazônia Legal.
3. Acabar com a pobreza energética: levar energia solar a 1 milhão de lares que vivem hoje à base de geradores a diesel e criar um programa nacional de transição energética com foco nas periferias urbanas e comunidades isoladas.
4. Financiar habitação, saneamento e transporte coletivo: construir 400 mil moradias populares por ano, universalizar o acesso à água potável e esgotamento sanitário nas regiões Norte e Nordeste e fortalecer os sistemas públicos de mobilidade urbana.
Justiça tributária é justiça social
A reforma tributária não é uma questão meramente técnica, e muito menos uma agenda de governo. Ela é uma escolha de país. Ou seguimos premiando o acúmulo sem limites, a concentração patrimonial e os que vivem de renda — Ou priorizamos quem sustenta o país todos os dias com seu trabalho, sua fé, sua esperança e sua luta silenciosa.
Já chegou a hora de inverter as prioridades
Um país que não cobra de seus bilionários está condenado a mendigar por migalhas para financiar sua dignidade. Chegou a hora de mudar. Chegou a hora de chamar as coisas pelo nome. Justiça tributária é o novo nome da dignidade social.