A Embrapa tem investido em pesquisas sobre a tecnologia do biocarvão, buscando reduzir a dependência brasileira de fertilizantes importados e fortalecer a fertilidade do solo. Mas será que vale a pena?
Material rico em carbono, o biocarvão surge como uma alternativa sustentável para melhorar a saúde do solo, aumentar a retenção de água e nutrientes e reduzir a dependência de insumos químicos na agricultura.
Produzido por meio da pirólise – um processo que aquece a biomassa em ambiente com pouco ou nenhum oxigênio –, esse material é desenvolvido especificamente para aplicação no solo, diferenciando-se do carvão vegetal tradicional, obtido por queima natural e sem controles precisos. O controle do oxigênio no processo permite que o biocarvão apresente melhoria na fertilidade, retenção de água e nutrientes. Diferente do carvão vegetal, ele não é produzido visando a geração de energia.
A Embrapa tem investido em pesquisas sobre essa tecnologia, buscando reduzir a dependência brasileira de fertilizantes importados e fortalecer a fertilidade do solo.

| Foto: Aline Peregrina Puga/FAPESP
Quais os benefícios do biocarvão?
A produção de biocarvão pode utilizar uma ampla variedade de matérias-primas, incluindo resíduos agrícolas como palha e bagaço de cana, restos de madeira e até esterco animal.
Essa versatilidade permite que agricultores reutilizem subprodutos de suas próprias atividades, transformando materiais que seriam descartados em um insumo agrícola valioso.

O carvão sustentável também se destaca por sua capacidade de atuar como uma esponja natural no solo, graças à sua estrutura porosa, que permite reter grandes quantidades de água e disponibilizá-la para as plantas em períodos de seca.
Além disso, ele armazena e libera gradualmente nutrientes, garantindo uma nutrição constante e equilibrada para as plantas. Isso reduz a necessidade de fertilizantes, proporcionando economia para o produtor e menor impacto ambiental, tornando a agricultura mais sustentável e eficiente.