O investimento, anunciado durante a 76ª Reunião Anual da SBPC, virá de várias fontes e se destinará à recuperação de laboratórios, inovação em bioeconomia, segurança alimentar incluindo fundos para infraestrutura de pesquisa, proteção de acervos biológicos e a criação do Museu das Amazônias.
O governo federal anunciou um investimento significativo para impulsionar o desenvolvimento científico e tecnológico na Amazônia. Com um aporte de meio bilhão de reais, a iniciativa busca fortalecer a infraestrutura de pesquisa e promover a inovação na região.
Durante a 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), realizada no campus da Universidade Federal do Pará em Belém, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, divulgou os detalhes do investimento. Tamb Os recursos, provenientes de diversos fundos e programas, serão direcionados para múltiplas áreas, incluindo infraestrutura, pesquisa científica, bioeconomia e segurança alimentar.
Os recursos que somam meio bilhão de reais virão de três fontes principais:
- Fundo Nacional de Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (FNDCT): Contribuirá com R$ 160 milhões.
- Programa ProAmazônia: Destinará R$ 150 milhões.
- Programa de Ciência, Tecnologia e Inovação para Segurança Alimentar e Erradicação da Fome: Fornecerá R$ 184,2 milhões.
O FNDCT destinará R$ 160 milhões para a Amazônia. Esses recursos serão usados para a recuperação, atualização e criação de laboratórios, acervos científicos, históricos e culturais, além de coleções biológicas. A ministra destacou que R$ 110 milhões deste total serão aplicados em projetos fora das capitais dos estados amazônicos, promovendo um desenvolvimento mais equitativo na região.
Programa de Coleções Científicas e Biológicas do INPA
Adicionalmente, o governo destinará R$ 10 milhões para proteger os acervos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Iniciadas em 1954, essas coleções são a maior referência da biodiversidade da Floresta Amazônica. Os fundos serão utilizados para construir um novo herbário, garantindo a preservação das plantas do bioma.
“Fizemos assim também com o Museu [Paraense] Emílio Goeldi, que estava ali, em uma situação de calamidade”, lembrou a ministra.
Você sabe o que é o INPA?
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) é uma das principais instituições de pesquisa científica voltadas para o estudo e a conservação da biodiversidade amazônica. Fundado em 1952, o INPA desempenha um grande papel na geração de conhecimento sobre a ecologia, a fauna, a flora e os recursos naturais da Amazônia. Seus estudos e acervos científicos fornecem dados essenciais para políticas públicas de preservação ambiental, bioeconomia, preservação, desenvolvimento sustentável, impactos das mudanças climáticas e muitas outras coisas.
A instituição é reconhecida por sua contribuição para o avanço da bioeconomia, ao promover o uso sustentável dos recursos naturais, e para a formação de recursos humanos qualificados em diversas áreas do conhecimento, fundamentais para o desenvolvimento científico e tecnológico da região.
Museu das Amazônias
Outro investimento significativo é a construção do Museu das Amazônias, com R$ 20 milhões destinados à revitalização do Armazém 4A no Parque Urbano Belém Porto Futuro. A expectativa é que o museu esteja pronto até a COP30, prevista para novembro de 2025. Este projeto, uma iniciativa do governo do Pará, conta com apoio financeiro federal e de organismos internacionais.
Programa ProAmazônia
O Programa ProAmazônia doará R$ 150 milhões para financiar projetos de inovação em empresas, focando em áreas como bioeconomia, cidades sustentáveis, descarbonização de processos produtivos, transformação digital, economia digital, restauração florestal, transporte e monitoramento ambiental. Este investimento visa promover um desenvolvimento sustentável e tecnológicamente avançado na região.
Segurança alimentar e erradicação da fome
O Programa de Ciência, Tecnologia e Inovação para Segurança Alimentar e Erradicação da Fome destinará R$ 184,2 milhões para desenvolver soluções tecnológicas voltadas para cadeias socioprodutivas da bioeconomia e sistemas agroalimentares. Editais serão lançados para instituições de ciência e tecnologia e para empresas brasileiras, públicas ou privadas, na região.
“O objetivo é apoiar projetos que promovam soluções de gargalos científicos e tecnológicos, enfrentados na estruturação e fortalecimento das cadeias socioprodutivas baseadas na biodiversidade brasileira, desenvolvendo produtos, processos, tecnologias e serviços, de modo a agregar e reter valor junto aos elos iniciais das cadeias produtivas e sistemas agroalimentares, porque o que queremos é melhorar a qualidade de vida das populações, promovendo a inclusão e o aumento da eficiência produtiva”
detalhou Luciana Santos.
Desafios e demandas da comunidade científica
Após a conferência, a ministra Luciana Santos ouviu pedidos para aumentar os valores da parte não reembolsável do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia. Também foram feitas críticas quanto à participação da comunidade científica nas reuniões dos comitês setoriais do fundo e à demora na formalização dos conselhos técnicos científicos. Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC, reforçou a necessidade de maior diálogo e participação da comunidade científica nos processos decisórios.
Acompanhe o que aconteceu no dia de ontem no evento
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