Aldeia COP será montada na UFPA e vai reunir mais de 3 mil indígenas em uma estrutura para alojamento, eventos culturais e debates que objetivam ampliar a participação indígena na conferência.
A COP30 será realizada em novembro, em Belém (PA), e deve ter a maior participação indígena já registrada na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. Para receber representantes de diferentes regiões do Brasil e do mundo, será montada na Universidade Federal do Pará (UFPA) a Aldeia COP, espaço inédito com capacidade para receber mais de 3 mil indígenas de diversas etnias. O local contará com alojamento, alimentação e áreas para debates, apresentações culturais e rituais, ampliando as vozes indígenas no centro das discussões sobre clima e preservação ambiental.
Segundo a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, a meta é credenciar mil indígenas na Zona Azul, espaço oficial de negociações, metade do Brasil e metade de outros países. “Estamos em forte articulação para aumentar essa representação, não só em número, mas também na qualidade da participação”, afirmou. Parte dos representantes também deve integrar a Zona Verde, voltada à sociedade civil, e a Cúpula dos Povos, evento paralelo sobre justiça climática. Povos da Bacia Amazônica também estarão presentes.

A Comissão Internacional de Povos Indígenas, responsável pela Aldeia COP, faz parte do Círculo dos Povos, criado pela presidência da conferência para ampliar a escuta de demandas de indígenas e comunidades tradicionais. Os preparativos para o evento incluem integração com outros espaços da COP e uso de tecnologias digitais para permitir a participação de comunidades distantes em tempo real. A iniciativa é vista como estratégica para reforçar a participação indígena e valorizar conhecimentos tradicionais na agenda climática global.
