O agronegócio precisa se comunicar cada vez mais com a sociedade brasileira para mostrar a realidade do setor e sua importância para a segurança alimentar do país, segundo o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges.
Para tratar do tema, a Abraleite promoveu, em parceria com a Embrapa, um debate online com a participação de representantes de algumas das principais instituições da cadeia produtiva.
“Temos que ter uma comunicação qualificada com a nossa população e de outros países”, disse Geraldo Borges, durante o debate, na última quinta-feira 10. Para tanto, acrescentou, é necessário que o agronegócio se articule para desenvolver uma estratégia conjunta de comunicação que o aproxime ainda mais dos consumidores, além dos próprios produtores.
Na abertura do evento, o presidente da Embrapa, Celso Moretti, disse que a Embrapa está à disposição das entidades do agro para contribuir com a informação sobre a agricultura brasileira. Destacou também a importância da comunicação na história da Embrapa, o que tem contribuído para a imagem da estatal perante a sociedade.
“O agro brasileiro é baseado em ciência e é altamente competitivo em nível internacional, mas percebemos que não estamos fazendo um bom trabalho de comunicação”, assinalou Moretti. O setor, acrescentou, costuma falar bem internamente, ou seja, para dentro das suas cadeias, mas necessita dialogar mais com o público urbano brasileiro e internacional, de forma “muito clara e consistente.”
Gerente de Comunicação Estratégica na Embrapa, Jorge Duarte ressaltou o papel das iniciativas de comunicação com o consumidor urbano para a compreensão do papel e importância do agro. Para ele, “há demanda e valiosas oportunidades de comunicação, mas há necessidade de construção de uma estratégia articulada e coesa, de longo prazo, com ações regulares que envolvam ouvir, compreender as dúvidas e interesses dos diferentes públicos para dialogar e melhor informar”.
Estratégia e experiências
O ex-ministro Alysson Paolinelli, presidente da Abramilho, lembrou que o agro brasileiro perdeu, em outros momentos, a oportunidade de se apresentar melhor à sociedade e agora pode reverter isso. “Temos que ter uma estratégia de comunicação. Se não tivermos, vamos repetir erros antigos”.
Representantes da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa) e da Associação Nacional dos Produtores de Cebola (Anace), Rafael Corsino falou sobre experiências recente da comunicação do setor de hortaliças, usando as mídias sociais para divulgação vídeo: “Fizemos ações inovadoras e tivemos muita aceitação, visibilidade e engajamento. Comunicamos bem com o próprio agro e precisamos falar com o consumidor. Eles querem saber como produzimos, sobre qualidade do que produzimos. Precisamos aproximar as cadeias produtivas do consumidor.”
Na avaliação do presidente da Embrapa, o debate foi o primeiro passo para investir em ações concretas e articuladas de comunicação. “A Embrapa está à disposição das associações para contribuir com uma agenda de comunicação da agricultura brasileira, mostrando nossa competitividade e sustentabilidade.” Ressaltou ainda que esse é esforço que a empresa faz ao longo de sua história.
“Essa foi uma iniciativa para começar um debate muito relevante. Os próximos encontros deverão tratar de ações mais específicas”, adiantou o presidente da Abraleite.
Quem participou do debate:
Geraldo Borges, presidente da Abraleite;
Celso Moretti, presidente da Embrapa;
Alysson Paolinelli, presidente da Abramilho;
Jorge Duarte, Gerente de Comunicação Estratégica na Embrapa;
Márcio Portocarrero, da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa);
Marcello Brito, da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag);
Antonio Alvarenga, da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA);
Rivaldo Machado Borges, da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ);
Antônio Camardelli, da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec);
Guilherme Coelho, da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas);
Olaiana Costa, da Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto);
Guilherme Nolasco, da União Nacional do Etanol de Milho (Unem);
Renato Diniz Junqueira, da Sociedade Rural Brasileira (SRB);
Bartolomeu Braz, Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil);
Paulo Mustefaga, da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo);
Rafael Corsino, da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa) e da Associação Nacional dos Produtores de Cebola (Anace);
Ibiapaba Neto, da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (Citrus-BR).
Fonte: AgroemDia
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