Lugares paradisíacos e icônicos, como Veneza e as Maldivas, hoje atraem milhões de turistas, mas podem em alguns anos não existir mais. Sim, desaparecer do mapa. A urgência para visitar essas maravilhas é real, se você assim como nós do BrasilAmazôniaAgora não as visitou, recomendamos pressa! Embora ainda mais urgente é a necessidade de união em torno da defesa do meio ambiente.
Ações rápidas e efetivas para mitigar a crise climática são cruciais para salvar esses destinos turísticos e evitar que outras regiões do mundo também sejam perdidas no futuro. Cada um de nós tem um papel essencial nesse esforço global para proteger nosso planeta e suas belezas únicas para as gerações futuras.
Sem dúvidas, o aquecimento global é um dos assuntos mais discutidos atualmente no mundo todo. Desde a Ásia, passando pela Europa e pela América Latina, milhares de pessoas são e serão afetadas pelas mudanças climáticas se medidas urgentes não forem tomadas.
A cada dia, as mudanças climáticas estão se intensificando por conta do aquecimento global, que vem elevando a temperatura média global anual e pode ultrapassar os 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
Além dos desastres naturais causados, como tempestades e ciclones, a falta de cuidado com o meio ambiente contribui para o derretimento das geleiras, o que acarreta no aumento do nível do mar e no avanço das águas nas regiões costeiras. O aquecimento global tem forte impacto na inundação de cidades próximas aos oceanos.
Impactos globais do aumento do nível do mar
De acordo com o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) realizado em 2022, o aumento da temperatura global afeta as regiões de maneiras diferentes, mas as projeções são alarmantes. Estima-se que até o final do século, a temperatura global da Terra deva subir cerca de 2°C, o que resultaria em aproximadamente meio metro de elevação dos oceanos. Alguns países, principalmente os mais pobres, já sofrem com problemas de inundação e, caso a justiça climática não seja levada a sério, muitos deles possivelmente nem existirão no futuro.
Cidades no mundo todo devem sofrer grandes mudanças até 2050, segundo estudos da revista científica Nature, porém países inteiros também podem ser afetados drasticamente e desaparecerem submersos pelas águas nas próximas décadas.
Algumas lugares paradisíacos em grande risco eminente
Veneza, Itália
Desde 2019, Veneza voltou a sofrer com frequentes inundações, que agora não têm mais estação definida. O nível do mar na cidade costeira avançou cerca de 20 centímetros apenas no último século, aumentando a preocupação com a preservação da histórica cidade.
Maldivas
As Maldivas, formadas por 1.200 pequenas ilhas e com cerca de 540 mil habitantes, enfrentam um risco extremo devido ao aumento do nível do mar. Com uma elevação média de apenas 1 metro, as Maldivas podem perder cerca de 77% de sua área terrestre até 2100 com um aumento de apenas 45 cm no nível do mar. Em março de 2024, o governo anunciou planos para construir uma ilha artificial gigante para abrigar a população em caso de inundações generalizadas.
Península de Yucatán, México
De acordo com uma projeção do Climate Central, em menos de 80 anos, a Península de Yucatán corre o risco de estar completamente submersa. Destinos turísticos populares como Cancún, Tulum e Cozumel podem se tornar inabitáveis devido ao aumento do nível do mar.
Tuvalu
Tuvalu, no Pacífico Sul, está praticamente condenada. Formada por nove atóis, esta nação abrigando pouco mais de 11 mil pessoas enfrenta a dupla ameaça do aquecimento global e o subsequente derretimento das calotas polares. O Ministro de Relações Exteriores, Simon Kofe, chamou a atenção global em 2021 ao aparecer em um vídeo no mar, pedindo ações contra a mudança climática. Até 2050, metade da maior ilha, Fongafale, será inundada pelas marés.
Ilhas Marshall
As Ilhas Marshall têm enfrentado um aumento de 20 cm no nível do mar desde 1950, com projeções de um metro até 2100. Esta elevação causa inundações salgadas, erosão costeira e contaminação da água doce, ameaçando a habitabilidade das ilhas. Em maio de 2024, o governo declarou estado de emergência climática, pedindo ações urgentes para mitigar os impactos.
Polinésia Francesa
A Polinésia Francesa viu o nível do mar subir 15 cm desde 1950, com uma projeção de aumento de até um metro até 2100. Este aumento ameaça as costas baixas das ilhas, a infraestrutura turística e a biodiversidade marinha. Em abril de 2024, um estudo alertou para o risco de extinção de 60% das espécies de corais da região devido ao aumento do nível do mar e à acidificação dos oceanos.
Vanuatu
Vanuatu, um arquipélago de 80 ilhas, viu o nível do mar subir 10 cm desde 1950, com projeções de até um metro até 2100. Em fevereiro de 2024, o ciclone Judy causou inundações, erosão costeira e danos à agricultura, intensificados pelo aumento do nível do mar.
Seychelles
O território de Seychelles, composto por ilhas, já sofre com as consequências do aquecimento global. Muros de contenção foram instalados em meio à paisagem paradisíaca para tentar controlar o avanço das águas. As praias de Seychelles estão perdendo suas faixas de areia, espremendo os centros comerciais e ameaçando a infraestrutura local.
Nova Caledônia
Nova Caledônia enfrenta erosão costeira, perda de manguezais e degradação dos recifes de coral com um aumento de 18 cm no nível do mar desde 1950. Em janeiro de 2024, o governo lançou um plano de cinco anos para proteger os recifes de coral e combater a pesca predatória.
Papua Nova Guiné
Papua Nova Guiné, o maior país insular do Pacífico, sofreu um aumento de 9 cm no nível do mar desde 1950. Em novembro de 2023, o governo lançou um programa para plantar manguezais ao longo da costa para proteger as comunidades costeiras da erosão e dos impactos do aumento do nível do mar.
Santa Catarina
O avanço das águas na costa brasileira é evidente. Um estudo da revista científica Nature Communications mostrou que até 2050, o litoral de Joinville, em Santa Catarina, pode desaparecer. A elevação do nível do mar ameaça a vida e os meios de subsistência na região.
E como fica o Brasil com isso tudo?
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E agora? O que fazer?
Para frear a crise climática, é imperativo adotar soluções abrangentes e eficazes. A transição para energias renováveis, como solar e eólica, é uma das principais estratégias para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Além disso, investimentos em tecnologias de captura de carbono e a promoção de práticas agrícolas sustentáveis são essenciais. Contudo, apesar das evidências científicas e das recomendações de especialistas, muitos governos e grandes empresas privadas ainda não tomaram medidas decisivas e eficazes. A falta de políticas públicas robustas e o interesse corporativo na manutenção de atividades poluentes atrasam significativamente os avanços necessários.
O Acordo de Paris, estabelecido para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, tem sido em grande parte ignorado. Embora seja um marco importante na luta contra as mudanças climáticas, a implementação de suas metas tem sido desigual e, muitas vezes, insuficiente – muito longe do necessário ainda. Países signatários não têm cumprido integralmente seus compromissos, e as sanções para aqueles que não alcançam suas metas são fracas ou inexistentes. Isso resulta em um cenário onde as promessas não se traduzem em ações concretas, comprometendo a eficácia do acordo e colocando em risco regiões vulneráveis ao redor do mundo.
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