Crescem as evidências científicas de que a ação humana direta (por meio do desmatamento) e indireta (pelas mudanças climáticas) está provocando um ciclo vicioso de destruição da maior floresta tropical do planeta. Ciclo também perigoso, já que a Amazônia pode estar se aproximando de seu ponto de inflexão. Dois estudos sobre os impactos da fragmentação de florestas e do desmatamento na vegetação foram publicados em prestigiadas revistas científicas internacionais nos últimos dias.
Um deles, publicado no Journal of Ecology na 3ª feira (22/2) e destacado pelo Estadão, trouxe o resultado da análise de 15 mil árvores da borda sul da Floresta Amazônica, envolvendo os estados de Pará e Mato Grosso, onde a degradação florestal é intensa. Na borda, a mortalidade é maior do que em qualquer outra parte da Amazônia, indicando o que poderá ocorrer se o desmatamento avançar em direção à floresta profunda. A falta de água e a força dos ventos foram as principais causas da mortalidade das árvores. Na engrenagem da destruição, as mudanças climáticas fazem com que o número de dias mais quentes e secos aumente, reduzindo a umidade e as chuvas. O desmatamento, por sua vez, deixa as árvores da borda mais expostas aos ventos, que aumentam com as temperaturas mais altas na região, destruindo mais árvores. O processo empurra a floresta rumo ao temido ponto de desequilíbrio e de savanização, com estudos apontam isso há décadas.
Outra pesquisa, liderada por pesquisadores da Universidade de Helsinski e publicada na Nature Communications, reforça que a fragmentação florestal na Amazônia está aumentando ainda mais os efeitos negativos, nas árvores altas, do aquecimento da temperatura em florestas menores e fragmentadas, remanescentes do desmatamento. O portal EcoDebate traz os detalhes.
Fonte: ClimaInfo
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