Wendy Suzuki explica que a “boa ansiedade” refere-se ao fato de que, de uma perspectiva evolutiva, a ansiedade foi projetada para nos proteger dos perigos deste mundo
É difícil imaginar a ansiedade como algo positivo. O que há de tão bom em se sentir nervoso, preocupado, com apertos no peito? No Brasil, estima-se que cerca de 13 milhões de pessoas têm distúrbios de ansiedade, doença que atrapalha transporte, desempenho profissional e o bem-estar físico e emocional do indivíduo.
Mas para Wendy Suzuki, neurocientista e professora do Centro de Ciências Neurais da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, a ansiedade pode ser uma boa emoção. Em vez de lutar contra ela, Suzuki diz que ao longo de sua vida emocional essa emoção para ser mais produtiva, mais otimista e, no final das contas, mais resistente.
A pesquisadora, autora do livro Boa Ansiedade: Aproveitando o Poder da Emoção Mais Incompreendida (“Ansiedade Positiva: Aproveitando o Poder da Emoção Mais Incompreendida”, em tradução livre), especializou-se no estudo da plasticidade do cérebro e nos efeitos transformadores do exercício físico na saúde mental e no desenvolvimento cognitivo.
“A boa ansiedade referência-se ao fato de que, de uma perspectiva evolutiva, a ansiedade foi projetada para proteger dos perigos deste mundo”, disse Suzuki à BBC News Mundo, serviço da BBC em espanhol. O problema, segundo Suzuki, é que níveis “muito altos” de ansiedade coletiva, o que faz com que essa ansiedade perca muito de seu valor.
“Para voltar às funções protetoras benéficas de nossa ansiedade”, diz um especialista, “precisamos diminuir o volume de nossa ansiedade, explorar esses sentimentos desconfortáveis associados à nossa ansiedade nos dizem sobre nós mesmos e ao fazer isso, aprender mais sobre nós, sobre nossos sentimentos e nossas vidas emocionais.”
Em um artigo recente no portal Make it, da rede americana CNBC, Suzuki afirma que “uma maneira mais poderosa de combater a ansiedade é trabalhar constantemente para desenvolver resiliência e força mental”.
Para atingir esse objetivo, uma prática neurocientista todos os diários e as explicações com suas palavras próprias.
1. Transforme a ansiedade em progresso
A plasticidade de nossos cérebros é o que nos permite ser resilientes em tempos difíceis: aprender a se acalmar, reavaliar situações, nossos pensamentos reformulares e tomar decisões mais inteligentes. É mais fácil tirar proveito disso quando nos lembramos de que ansiedade nem sempre precisa ser ruim. Analise as proposições abaixo:
A raiva pode bloquear sua atenção e capacidade de desempenho, ou pode impulsionar e motivar você. Mas a raiva aguça sua atenção e servir como um lembrete do que é importante. O medo pode desencadear memórias de fracassos anteriores. Quando isso acontece, desvia a sua atenção e atrapalha seu desempenho. Mas também pode torná-lo mais cuidadoso com suas decisões e ajudá-lo a ter reflexões mais profundas e criar oportunidades para mudar de rumo.
A tristeza pode afetar seu humor e te desmotivar, mas pode ajudá-lo a mudar suas prioridades e motivá-lo a transformar o ambiente, como especial e seu comportamento. A preocupação pode fazer com que você procrastine e o impeça de atingir seus objetivos, mas pode ajudá-lo a reavaliar seus melhores planos, ajustar suas expectativas e se tornar mais realista para que você possa se concentrar em alcançar os objetivos.
A frustração pode prejudicar seu progresso e tirar sua motivação, mas pode desafiá-lo a melhorar. Essas comparações podem parecer simplistas, mas apontam para opções poderosas que resultados alcançáveis.
2. Experimente algo novo
Hoje em dia, é mais fácil do que nunca fazer uma nova aula online, praticar um esporte ou participar de um evento virtual. Não muito tempo atrás, participei de um treino ao vivo no Instagram com a campeã de Wimbledon, Venus Williams, no qual ela usava garrafas como pesos. Nunca fiz algo assim antes. Acabou sendo uma experiência fantástica e memorável.
Meu ponto é: de graça (ou por um preço baixo) você pode forçar seu cérebro e corpo a tentar algo que você nunca cogitou antes. Não precisa ser um treinamento e não precisa ser difícil; Pode ser algo um pouco acima do seu nível ou para sua zona de conforto.
3. Pense em resultados positivos
No início ou no final de cada dia, pense sobre todas as incertezas atuais em sua vida, incluindo as grandes e as pequenas. Vou receber uma boa avaliação de desempenho no trabalho? Meu filho vai se adaptar bem à nova escola? Vou receber uma resposta positiva após uma entrevista de emprego?
Agora pegue cada uma dessas hipóteses e imagine o resultado mais otimista que a situação pode ter. Não apenas o bom resultado, mas “o melhor” resultado possível que você pode imaginar. Essa prática permite praticar a sensação de esperar resultados positivos.
4. Comunique-se com outras pessoas
Ser capaz de pedir ajuda, permanecer próximo de amigos e familiares e cultivar procurados que te incentivar e apoiar não apenas a manter a ansiedade sob controle, mas também reforçam o sentimento de que você não está sozinho.
Não é fácil, mas sentir que está rodeado de pessoas que se preocupam com você é crucial em tempos de grande estresse, quando você precisa recorrer à sua própria resiliência para perseverar e manter o seu bem-estar.
Quando sofremos uma perda ou outras formas de sofrimento, é natural que nos afastemos. Esse tipo de comportamento é percebido inclusive em animais de luto. No entanto, você também tem o poder de se aproximar da companhia que pode ajudá-lo a cuidar de si mesmo.
5. Pratique ‘auto-tuíte’ positivo
O ator , dramaturgo e compositor Lin-Manuel Miranda (vencedor do Pulitzer, do Emmy, do Grammy e do Tony) publicou um livro no qual fala dos tuítes que envia no início e no final de cada dia. São excelentes mensagens otimistas, divertidas, únicas e encantadoras.
Se você observá-lo em sua observação, verá uma pessoa intrinsecamente forte e otimista. Como pode se tornar tão resiliente, produtivo e criativo?
Claramente, parte da resposta são esses lembretes positivos que ele recupera. Você não precisa-los com outras pessoas. A ideia é ser incentivado a fazer isso no início e no final do dia.
Se achar difícil, tente pensar no que uma pessoa importante em sua vida (irmão, amigo, mentor, pai) diria para você e depois escrever uma pequena mensagem ou simplesmente diga para você mesmo.
6. Mergulhe na natureza
A ciência tem elementos repetidamente que passar o tempo na natureza tem efeitos positivos em nossa saúde mental. Alguns estudos descobriram que pode aumentar o seu bem-estar emocional e resiliência.
Você não precisa morar próximo a uma floresta para mergulhar na natureza. Um parque próximo ou qualquer ambiente verde tranquilo onde não haja muitas pessoas funcionará bem. Respire, relaxe e tome consciência de sons, cheiros e imagens. Use todos os seus sentidos para criar uma maior consciência do mundo natural.
Este exercício aumenta sua capacidade geral de recuperação, pois atua como uma espécie de restauração de energia e restaura o equilíbrio.
Fonte: Época Negócio
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