“Os drones já são utilizados em diversas partes do mundo para fins de vigilância, transporte e mapeamento. Na Amazônia, seu uso pode ser especialmente transformador, dadas as dificuldades logísticas impostas pela vastidão e pela densidade da floresta.”
Por Alfredo Lopes
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Coluna Follow-Up
Numa visita de representantes do Conselho do CIEAM em 2015, à Embrapa Instrumentação em São Carlos, fomos conhecer alguns dos protótipos de drones ali produzidos e destinados ao monitoramento do agronegócio no Centro-Oeste do país. A intenção era levantar informações técnicas para elaborar o PPB, (Processo Produtivo Básico) exigência federal para produzir drones no Polo Industrial de Manaus. Quase uma década depois, as razões dessa visita ganham mais sentido, relevância e urgência. A motivação é prosaica. Os tempos mudaram e a premência do monitoramento da Amazônia – no combate ao desmatamento – virou pauta global e oportunidades de negócios.
Na contramão do desmatamento
A Amazônia, no contexto dos fenômenos extremos do clima, desempenha um papel vital na regulação do clima global e na preservação da própria biodiversidade. A crescente preocupação com o desmatamento e as queimadas nessa área crucial levou à busca de soluções inovadoras e sustentáveis. Uma dessas soluções é a promoção da indústria local que contribui para a proteção ambiental, sem abrir mão do desenvolvimento econômico. Eis porque, a ideia de priorizar a produção na Zona Franca de Manaus, especialmente a fabricação de drones, representa um avanço significativo tanto para a economia local quanto para os esforços de conservação da Amazônia.
Proteção da Amazônia
A Amazônia abriga a maior biodiversidade em uma floresta tropical no mundo. Além disso, desempenha um papel fundamental na mitigação das mudanças climáticas, absorvendo grandes quantidades de CO2. No entanto, atividades ilegais como o desmatamento e as queimadas ameaçam sua existência. A proteção eficaz deste bioma é, portanto, uma prioridade global, não apenas para manter o equilíbrio ecológico, mas também para garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.
ZFM como referência de inovação
A Zona Franca de Manaus é um polo industrial brasileiro que oferece incentivos fiscais para empresas locais e internacionais. A integração de uma linha de produção de drones neste polo pode ser um grande passo para a proteção da Amazônia. Drones equipados com tecnologia avançada podem realizar monitoramento contínuo, identificar atividades ilegais, mapear a biodiversidade e auxiliar na logística em regiões de difícil acesso. Além disso, a produção local de drones pode impulsionar a economia da região, criando empregos e promovendo o desenvolvimento tecnológico.
Drones: ferramentas de proteção e logística
Os drones já são utilizados em diversas partes do mundo para fins de vigilância, transporte e mapeamento. Na Amazônia, seu uso pode ser especialmente transformador, dadas as dificuldades logísticas impostas pela vastidão e pela densidade da floresta. Ao facilitar o transporte de pequenas e médias cargas, os drones podem ajudar comunidades remotas e fortalecer as operações de fiscalização ambiental que podem transformar as comunidades em aliados indispensáveis na luta contra o desmatamento e na promoção de um desenvolvimento sustentável e evolutivo.
Viabilidade e Sustentabilidade
Investir na produção de drones na ZFM não apenas se alinha com os objetivos de conservação ambiental, mas também apresenta uma oportunidade econômica viável. A especialização na fabricação de tecnologias limpas e sustentáveis pode posicionar o Brasil como líder em inovação ambiental. Além disso, a utilização de drones para monitoramento e logística na Amazônia serve como modelo para outras regiões do mundo enfrentando desafios semelhantes de conservação.
Cooperação Internacional
O sucesso dessa iniciativa poderia estimular maior cooperação internacional, atraindo investimentos e parcerias que beneficiem tanto a economia local quanto os esforços globais de conservação. O Fundo Amazônia é um exemplo de como o apoio internacional pode ser canalizado para ações concretas de proteção ambiental. A expansão desse tipo de colaboração para incluir tecnologias inovadoras como os drones poderia reforçar o compromisso global com a sustentabilidade.
A quem interessar possa…
Esta é uma bandeira comum, diretamente afeita à Suframa e ao governo do Estado, mas também uma oportunidade singular e decisiva para as empresas reafirmarem sua adesão a Nova Indústria Brasil, presença e protagonismo. A priorização da produção na Zona Franca de Manaus, especialmente a fabricação de drones e artefatos afins, é uma estratégia que vai unir desenvolvimento econômico e conservação ambiental. O investimento em tecnologias que apoiam a sustentabilidade e a proteção ambiental é um caminho promissor para o futuro, alinhando os interesses econômicos com a responsabilidade global de preservar nosso planeta para as gerações futuras.
Coluna Follow-Up é publicada às quartas, quinta e sextas-feiras no Jornal do Comércio do Amazonas, sob a responsabilidade do CIEAM e coordenação editorial de Alfredo Lopes, consultor da entidade e editor do portal BrasilAmazôniaAgora.
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