A Suframa cuida, e bem, da Zona Franca de Manaus de hoje, entendido este hoje como sendo o tangível economicamente enquanto durarem os incentivos fiscais; depois disto ela deve ser extinta.
Por Juarez Baldoino da Costa
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Muitas das pessoas quem irão tocar a ZFM nos próximos 10 ou 15 anos, serão os alunos que estão hoje sentados nos bancos de escolas dos cursos médios recebendo, entre outras, as palestras da Suframa – Superintendência da Zona Franca de Manaus, no âmbito do seu, mais um, acertado projeto Suframa nas Escolas.
Considerando que ainda hoje alguns empreendedores no comércio, no agronegócio e nos serviços no Amazonas, não percebem com clareza que o seu negócio depende da ZFM, mesmo não estando diretamente ligados ao Distrito Industrial, a iniciativa do General Polsin, superintendente da autarquia, e equipe, se insere no rol das estratégias chamadas de Estado, abrindo a mentalidade destes jovens para a realidade que lhes baterá à porta em poucos anos e para a qual não estão despertos.
Esta realidade destacada pela Suframa no evento de 05 de outubro na Escola Estadual Dr. Isaac Sverner, não é percebida também até entre parte dos universitários da UEA – Universidade Estadual do Amazonas e entre as universidades particulares, nas quais existem graduandos que acreditam que estas escolas existiriam sem a ZFM.
Alguns criadores de peixe de Roraima, ou plantadores de cheiro verde de Iranduba e pescadores de Mamirauá, por não se envolverem com esta temática, também desconhecem que o seu negócio depende da ZFM. Propaganda, uma boa marca ou um bom atendimento nas lojas em shopping centers de Manaus, pouco ajudariam o negócio sem o funcionamento da ZFM.
A ZFM fomenta a movimentação dos cinemas e dos teatros, a manter o fluxo de passageiros nos aeroportos e nos portos, o fluxo de mercadorias dos milhares de containers dos 15 navios mensais que aportam na cidade pelo Rio Amazonas abastecendo também as redes de supermercados e tabernas da capital e do interior. Muitas localidades da Amazônia Ocidental são também alcançadas pelos seus efeitos. A construção civil sem a ZFM teria um espaço reduzido na economia de Manaus, mesmo que suas edificações não abriguem trabalhadores do Polo Industrial.
O peixe é sagrado e é para todo dia, e não pode esperar o auspicioso futuro das novas matrizes econômicas que já está a caminho e será muito bem-vindo, mas que os alunos da Escola Dr. Isaac Sverner não podem aguardar. Sverner, por coincidência, foi um dos pioneiros industriais do Polo Industrial de Manaus ao fundar a CCE, fábrica de eletrônicos na década de 70.
A Suframa cuida, e bem, da Zona Franca de Manaus de hoje, entendido este hoje como sendo o tangível economicamente enquanto durarem os incentivos fiscais; depois disto ela deve ser extinta.
Aderson Santos, em sua composição Fundamental (Não Mate a Mata), sobre os rios Negro e Solimões, nos lembra que o negro não se mistura com o amarelo, embora se juntem num abraço amazônico no maior encontro do mundo formando o mais formidável de todos.
Fundamental é estar com um olho no gato de amanhã, e outro no peixe de hoje, como faz a Suframa.
O encontro do PIM com as novas matrizes formará o maior encontro econômico do Amazonas quando se abraçarem. Não é formidável?
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