“Esse é o caminho oposto à economia que empobrece. É essa a nova economia, possível, inteligente e necessária para gerar riqueza na floresta principalmente para quem vive, trabalha e protege este tesouro natural.“
Alfredo Lopes e Carlos Koury
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Em lugar de agricultura extensiva – a visão mais pobre de compreensão e utilização da Amazônia – ou de brigadas militares, precisamos de um exército de cientistas, pelotões de biólogos e bioeconomistas, esquadras de engenheiros florestais, ou da aquicultura, bioquímicos, nanobiotecnólogos, enfim, de conhecimento comprometido com a totalidade. E além de tudo isso, vontade política e política, não apenas deste ou daquele governo, e sim do estado brasileiro, para abraçar a Amazônia. Aí teremos o melhor Programa de Desenvolvimento Florestal Sustentável.
Com a Embrapa Amazônia Ocidental
Por que os ingleses buscaram a Malásia, melhorando geneticamente as sementes de Seringueira da Amazônia no Museu Botânico de Kew Gardens, em Londres, para produzir seringueiras em escala com a qual derrubaram o maior potencial econômico da bioeconomia amazônica? Até hoje ainda não há uma decisão política de retomar nossos seringas de maneira inteligente e alternativa. Faz 10 anos e a Embrapa Amazônia Ocidental consolidou o combate o mal das folhas e arranjos produtivos de produção de látex. O que fizemos com isso? Nada. Priorizamos desmatar em vez de promover a Bioeconomia, um formato de Desenvolvimento com baixo impacto ambiental.
Parcerias pela Amazônia
Foi nesse contexto que foi criada a Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA), um movimento que floresceu a partir de Manaus, mobilizado pela Agência de Desenvolvimento dos Estados Unidos (Usaid) com a participação do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) e protagonizado por empresas que atuam na região como Bemol, Whirpool, DD&L, Coca-Cola, Rede Amazônica, Grupo Nova Era, entre outras. Coube, ainda, ao Idesam, instituição amazonense e de referência em inovação e sustentabilidade, segurar o bastão dessa orquestra do desenvolvimento racional e mobilizar outras empresas e investidores na busca de soluções para o desenvolvimento regional. São múltiplos os avanços, especialmente depois do Instituto ser escolhido para pilotar o PPBio, Programa prioritário de Bioeconomia, no âmbito da Suframa. A mais recente última iniciativa institucional do Instituto foi retomar a parceria com a Embrapa que atua na Amazônia, produzindo cardápios de produtos adequados ao cultivo regional, para melhor aplicar os recursos de pesquisa, desenvolvimento e inovação em iniciativas empreendedoras na economia adequada à biodiversidade amazônica.
Para gerar riqueza na floresta
O principal caminho escolhido na instalação do PPBio foi o investimento no empreendedorismo de startups e de transferência de tecnologia das empresas atuantes na região, com destaque para Embrapa. Esse é o caminho oposto à economia que empobrece. É essa a nova economia, possível, inteligente e necessária para gerar riqueza na floresta principalmente para quem vive, trabalha e protege este tesouro natural. Estas, portanto, são as premissas e o fundamento desta publicação que disponibilizamos aos internautas do BrasilAmazôniaAgora, Árvores do Sul do Amazonas, produzida pelo IDESAM, uma amostragem das espécies de alto valor genético, bioeconômico e demandadas pelo mercado, que as queimadas criminosas destroem. Árvores do sul do Amazonas é um guia de espécies de interesse econômico e ecológico. Publicado originalmente em 2014 e ampliado em 2017, realizada pelo IDESAM com apoio do Fundo Vale e parceria com a CAPES, UFAM, INPA, Prefeitura de Apuí, GIZ, Cooperação Alemanha Brasil, Fundação Avina, Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, Santa Luzia. Essas árvores da Amazônia podem ser manejadas com tecnologia ajustada, através do manejo florestal sustentável, MFS, e são espécies que podem gerar permanentemente, emprego, renda e fortalecimento da dinâmica florestal, como recomendam os técnicos da ONU, o bom-senso e a vocação econômica e ecológica de nossa floresta.
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