Apesar do avanço positivo nas populações de tartarugas marinhas, o estudo também reforça a necessidade de continuidade e ampliação dos esforços de conservação
Uma pesquisa recente da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) revelou um crescimento positivo na população global de tartarugas marinhas. O estudo analisou dados de 150 instituições dedicadas à proteção desses animais, distribuídas em 50 países, incluindo o Brasil, com contribuições do Projeto Tamar, na Bahia, e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
No total, foram avaliados 48 grupos de tartarugas pertencentes a seis espécies diferentes. Comparando com os dados de 2011, o levantamento indica que atualmente 40% desses grupos são classificados como pouco ameaçados, um avanço expressivo em relação aos 23% registrados há 14 anos.
Esse trabalho demonstra o profundo impacto dos esforços locais de conservação ao redor do mundo
– Bryan Wallace, principal autor do estudo, à IUCN

Publicado no periódico Endangered Species Research e destacado pela newsletter da revista Nature, o levantamento revela ainda que as populações de tartarugas marinhas do Oceano Atlântico estão em situação menos crítica do que as que habitam o Pacífico. No entanto, chama atenção para a vulnerabilidade elevada da tartaruga-de-couro (ou tartaruga-gigante), uma das espécies encontradas nas águas brasileiras.
Esforços precisam ser contínuos
O pontapé para os estudos com objetivo de compreender o comportamento e formas de conservação das tartarugas marinhas aconteceu ainda na década de 50, com o trabalho do biólogo, ecologista, escritor da natureza e pesquisador das tartarugas marinhas Archie Carr. A data de seu aniversário – ele nasceu em 16 de junho de 1909 – vem sendo celebrada como o Dia Internacional das Tartarugas Marinhas, como homenagem a quem deu os primeiros passos para conservar essas habitantes do mar.

Apesar do avanço positivo nas populações de tartarugas marinhas, o estudo também reforça a necessidade de continuidade e ampliação dos esforços de conservação. A captura acidental em redes de pesca segue como a principal ameaça a esses animais, mas outros fatores críticos também preocupam, como o avanço da urbanização nas áreas costeiras, a poluição dos oceanos, especialmente pelo plástico, as mudanças climáticas e a captura ilegal de tartarugas e seus ovos.