A queda no preço do petróleo e no volume de produção no 3º trimestre de 2022 não deve causar grande impacto no desempenho da Petrobras nesse período. Segundo a Folha, a expectativa é de que a empresa apresente um resultado sólido, distribuindo dividendos acima dos US$ 6 bilhões.
A Petrobras e várias outras petroleiras seguem se beneficiando com o aumento acentuado nos preços do barril de petróleo no último ano, especialmente desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro passado.
Em geral, os preços internacionais do petróleo caíram cerca de 12% entre julho e setembro na comparação com o 2º trimestre de 2022.
Ao mesmo tempo, a produção total de petróleo e gás da Petrobras teve uma ligeira diminuição de 0,3% no mesmo período. Mas a queda é bem maior na comparação com o 3º trimestre de 2021, alcançando 6,6%.
Outro dado importante é o da venda de combustíveis para o mercado nacional. A queda média de mais de 30% no preço da gasolina no Brasil resultou em um aumento da demanda entre os consumidores, o que exigiu da Petrobras mais importações – alta de 78% no caso da compra de diesel do mercado internacional e de mais de 370% na gasolina. Houve também uma redução das exportações de petróleo (-32%) e óleo combustível (-42%) nesse período. Folha e VEJA deram mais informações.
No mercado financeiro, a coisa está mais incerta. A Bloomberg destacou a escalada – e, depois, o recuo – do valor das ações da Petrobras na bolsa de valores no mês de outubro.
A trajetória acompanhou as expectativas dos investidores em torno do desempenho do presidente Jair Bolsonaro na disputa presidencial: no começo do mês, após o 1º turno, as ações se valorizaram, na esteira da votação surpreendente obtida por ele; no entanto, desde a semana passada, a estagnação de Bolsonaro nas pesquisas contra Lula desanimou os investidores, o que resultou numa queda do valor das ações da Petrobras.
Trocas de Governança na Petrobras
Esse movimento do mercado é, no mínimo, curioso. Afinal, Bolsonaro transformou a Petrobras em uma porta-giratória de presidentes e executivos no último ano, com sucessivas trocas no comando, atropelando qualquer pudor de governança profissional em favor dos interesses políticos imediatos do governo.
Mais recentemente, o Palácio do Planalto pressionou a direção da Petrobras a deixar o reajuste do preço dos combustíveis para depois do 2o turno, mesmo com a alta recente no preço do petróleo no mercado internacional.
Em tempo: A ANP qualificou mais cinco empresas para participar da oferta permanente de áreas de exploração e produção de petróleo e gás sob o modelo de partilha, informou o Valor. Entraram no certame BP Energy, Ecopetrol, Petronas, Qatar, e Total Energy EP. Estas se somam a outras três empresas anteriormente qualificadas – Petrobras, Shell e Chevron. A agência também anunciou que pretende divulgar na próxima semana a relação dos blocos que receberam manifestação de interesse da empresa e que serão oferecidas na rodada programada para 16 de dezembro. A epbr também trouxe mais informações.
Texto publicado originalmente em CLIMA INFO
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