Posição foi apresentada durante o evento Conexão pelo Clima, realizado entre os dias 26 e 28, em ambiente virtual
Entre os dias 26 e 28 de outubro, foi realizada, de forma online, a 2ª Feira Latino Americana de Negócios pelo Clima e Summit Climate Ventures. O evento, organizado por O Mundo que Queremos e Climate Ventures, reuniu membros da sociedade civil, empresas e governos para propor uma agenda positiva, a fim de mitigar e adaptar os efeitos das mudanças climáticas.
Convidado a participar do painel chamado ‘Por que a bioeconomia vai pautar o futuro do Desenvolvimento”, o Idesam, organização com atuação em projetos socioambientais em vários pontos da Amazônia, defendeu uma mudança de olhar sobre a região e seus recursos naturais, além de investimento na criação de um ecossistema de bioeconomia.
O instituto foi representado por seu diretor técnico, Carlos Gabriel Koury, que destacou o trabalho realizado por duas iniciativas que promovem o desenvolvimento de negócios e oportunidades na região: o Programa Prioritário de Bioeconomia – PPBio e a Amaz Aceleradora de Impacto.
“Nós estamos há pouco mais de cinco anos atuando na promoção dessas iniciativas para justamente identificar os elos que já estão maduros, ajudá-los a se consolidar e sair da escala de projeto. Já existem várias iniciativas, pesquisas acadêmicas, propostas e ideias que precisam ganhar força e crescer, contribuindo de forma sustentável com o desenvolvimento da região ”, explicou.
Para Koury, os desafios e gargalos da região precisam ser encarados com um olhar mais disruptivo, gerando soluções que podem, inclusive, ser exportadas e levadas a outras regiões. “Quando a gente olha para a Amazônia e consegue resolver um de nossos gargalos aqui, essa solução pode ser interessante e aplicável em vários outros lugares do mundo”, ressalta, defendendo que o caminho precisa ser invertido: ao invés de procurar soluções fora, os empreendedores e atores da região podem criar essas soluções e exportá-las.
Na visão do diretor do Idesam, para que esse ecossistema de negócios, serviços e soluções se desenvolva, é fundamental ter financiamentos e gatilhos que destravem os elos de diferentes cadeias produtivas sustentáveis. Na linha da bioeconomia, por exemplo, esses recursos podem ser aplicados em soluções de refrigeração, soluções de uso diferenciado, de agregação de valor, entre outros.
“Quando a gente olha para a especialidade de cada ator, ele pode dar uma oferta significativa do seu conhecimento como solução de mercado”
– Carlos Koury, diretor técnico do Idesam
Mas, para que isso ocorra sem deteriorar o bioma Amazônia, é preciso ter como premissa uma série de boas práticas que garantam os cuidados necessários com o uso dos recursos naturais. “As agendas de monitoramento – de pegada de carbono, por exemplo – são importantes nesse sentido. Hoje, a legislação vigente é bem preparada para uma produção sustentável e tecnologias que incrementem a nossa produção, basta que sejam mobilizados esforços para implementação e fiscalização desses acordos”, avalia.
Encerrando sua participação, Koury destacou a urgência da agenda de desenvolvimento sustentável da região. “Tem gente desatando nó há muito tempo na Amazônia, mas é preciso que essas propostas ganhem força e consigam ser, de fato, aplicadas. Estamos em uma crise climática, precisamos acelerar; e a Amazônia tem papel fundamental nesse processo”, finaliza.
O painel, mediado pela jornalista da Agência Estado Karla Spotorno, também contou com a participação do pesquisador e professor Salo Coslovsky; o secretário adjunto de Meio Ambiente do Pará, Raul Protásio Romão; e a pesquisadora Vanderleia Radaelli, que atuam em iniciativas voltadas para o desenvolvimento sustentável em diferentes frentes no Brasil.
O painel está disponível no canal Conexão Pelo Clima, no youtube; para assistir, clique aqui.
Fonte: IDESAM
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