O fungo da Amazônia pode ajudar a tornar o processo de conversão da biomassa mais eficiente, acessível e sustentável
Um grupo de cientistas da Unesp, em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), descobriu uma enzima extraída de um fungo da Amazônia capaz de decompor materiais lignocelulósicos – materiais renováveis que contém celulose, hemicelulose e lignina em sua composição química, sendo a principal fonte de biomassa na Terra – presentes em resíduos agrícolas como palha de cana-de-açúcar e bagaço de milho.
A nova enzima atua diretamente na lignina, um dos componentes mais resistentes da parede celular das plantas, facilitando a liberação de açúcares essenciais para a fermentação.

Esse avanço pode revolucionar a produção de biocombustíveis, tornando o processo de conversão da biomassa mais eficiente, acessível e sustentável. Sua aplicação em larga escala tem potencial para reduzir custos e impactos ambientais, otimizando a geração de energia renovável.
A tecnologia traz impactos positivos ao setor, já que produção de etanol de segunda geração no Brasil ainda exige altos volumes de água, energia e insumos químicos.

Se implementada em escala industrial, ela pode pode transformar a Amazônia em um polo de inovação, indo além do papel de mera fornecedora de matéria-prima. O Brasil já é um líder global em biocombustíveis, tendo registrado, em 2024, a venda de 21,66 bilhões de litros de etanol hidratado (+33,4%) e 67,25 bilhões de litros de diesel B (+2,6%), reforçando sua posição no mercado sustentável de energia.