Na última 2ª feira, as hidrelétricas, que costumam suprir – em média – 65% da eletricidade consumida pelo país, geraram 50%. Enquanto isso, as térmicas fósseis, que geram, em média, 25% da eletricidade, responderam por 32%. Como a energia destas últimas é mais cara, as contas de luz subiram e deverão ficar pelo menos 5% mais altas até novembro. Até lá, haverá um custo adicional de R$4 bilhões em relação ao previsto no começo de junho. O aumento na conta de luz foi responsável por 25% da inflação no mês passado, conforme informa André Borges no Estadão.
Para evitar que esta crise hídrica se torne perene, especialistas recomendam cinco grupos de ações. Giulia Fontes conta no UOL que será preciso diversificar mais a matriz de geração para depender menos da (falta de) chuvas. Como o Nordeste tem um potencial imenso de geração eólica e fotovoltaica a desenvolver, será preciso investir no sistema de transmissão, para distribuir essa energia nova por todo o país.
Também será preciso achatar a curva, expressão que se tornou popular durante a pandemia. A demanda de eletricidade tem um pico acentuado na segunda metade das tardes; uma distribuição melhor dessa demanda, reduziria a pressão sobre os reservatórios. O planejamento do setor e da operação do sistema precisam incorporar mais e melhor os impactos das mudanças climáticas.
Também será necessário atualizar os dados de capacidade dos reservatórios, que andam superestimados. Finalmente, há a recomendação de dar liberdade a todos os consumidores para que escolham de quem querem comprar eletricidade.
Como é de costume, nenhum dos entrevistados lembrou de falar de medidas e equipamentos mais eficientes, que geram o mesmo serviço consumindo menos do que hoje em dia. Aquela que deveria ser a primeira “fonte” de geração, é sistematicamente esquecida.
Com a conta de luz mais alta, os painéis fotovoltaicos instalados em telhados residenciais, do comércio, serviços e indústrias mais atraentes. Se antes da crise, eles se pagavam por volta de 10 anos, agora o retorno se dá entre 3 a 6 anos, dependendo de onde no país o painel é instalado. Stephanie Tondo, n’O Globo, traz mais números e informações a respeito.
Em tempo: O país está perdendo tempo e oportunidades ao não acompanhar a expansão dos veículos elétricos que acontece na China e nos países mais ricos. Talvez uma frota elétrica trouxesse problemas nesse momento de crise. Mas reduziria as emissões e, provavelmente, mitigariam crises hídricas futuras. Apesar do país e várias cidades terem planos de eletromobilidade, quase todos nunca saíram do papel. O presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Adalberto Maluf, conversou com Mário Sérgio Venditti, do Estadão, a esse respeito.
Fonte: ClimaInfo
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