A estimativa de investimento para enfrentar a crise climática corresponde à escala de transformação necessária para transitar para uma economia de baixo carbono, socialmente justa e ambientalmente positiva
Enfrentar a crise climática e ecológica global exigirá um investimento estimado em US$ 6 trilhões até 2030, conforme aponta a Comissão Global sobre Economia e Clima. A estimativa corresponde à escala de transformação necessária para transitar para uma economia de baixo carbono, socialmente justa e ambientalmente positiva, além de preservar os recursos naturais do planeta.
Esse desafio será tema central do 2º Fórum de Finanças Climáticas e de Natureza (FFCN), que acontecerá no Rio de Janeiro nos dias 26 e 27 deste mês. O evento reunirá especialistas e representantes de diversos setores para debater estratégias como modelos financeiros inovadores e políticas públicas que promovam desenvolvimento socioeconômico com responsabilidade ambiental.

A organização do fórum está a cargo de sete instituições da sociedade civil com forte atuação em sustentabilidade e políticas públicas: Instituto Arapyaú, Instituto AYA, Instituto Clima e Sociedade (ICS), Instituto Igarapé, Instituto Itaúsa, Open Society Foundations e Uma Concertação pela Amazônia. Com a presença de líderes nacionais e internacionais, o evento será uma plataforma para consolidar propostas e articulações que posicionem o país como referência global na transição ecológica.
O fórum é estratégico por integrar uma série de agendas internacionais em que o Brasil tem papel de destaque. Ele serve como preparação para a COP30 em Belém, em novembro de 2025. Em paralelo, marca o encerramento da presidência brasileira no G20, a transição para a liderança sul-africana, e também está alinhado ao papel do Brasil na presidência dos Brics.
Por que investir no combate a crise climática é importante?
As emergências climáticas — como ondas de calor extremo, inundações, secas e tempestades — estão se tornando cada vez mais frequentes e têm efeitos diretos sobre a saúde humana. Essas condições agravam doenças respiratórias e cardiovasculares, favorecem a proliferação de vetores de doenças como dengue, zika e malária, e comprometem o acesso à água potável e à alimentação, afetando a segurança hídrica e alimentar.
Além dos impactos físicos, os desastres naturais geram traumas, estresse psicológico e sobrecarregam os sistemas de saúde, que muitas vezes já operam no limite. Populações vulneráveis, como idosos, crianças, gestantes e pessoas com doenças crônicas, são particularmente afetadas, tanto pelo risco direto de doenças quanto pela dificuldade de acesso a cuidados médicos em situações de crise.

No cenário ambiental, os impactos são ainda mais nítidos. Um exemplo é o Rio Grande do Sul e as enchentes históricas que atingiram o estado há um ano. Secas prolongadas e extremas vistas em rios da bacia amazônica também integram um cenário de crise climática.
Por isso é considerado fundamental buscar ações de resiliência ao clima, que integrem ações de adaptação e de mitigação aos riscos climáticos.