Solo saudável combate as mudanças climáticas, sendo peça-chave para a manutenção da vida e a regulação do clima no planeta, afirmam especialistas da Esalq
Os solos terrestres são fundamentais para a manutenção da vida no planeta e a regulação climática. De acordo com especialistas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), solos saudáveis desempenham múltiplos papéis ambientais, sendo também peças-chave na luta contra as mudanças climáticas.
Segundo o professor Maurício Cherubin, da Esalq, “o solo desempenha diversos papéis cruciais, como suporte para o crescimento das plantas, colheita de grãos e fibras, além de ser o maior reservatório de carbono da Terra, um fator central no combate ao aquecimento global“. Para ele, a saúde do solo é fundamental para a agricultura e para a regulação do ciclo hidrológico.
O papel do solo na mitigação climática
Cherubin destaca que o solo atua na regulação da emissão de gases e no armazenamento de carbono, contribuindo para a desaceleração do aquecimento global. “Um solo saudável, do ponto de vista químico, físico e biológico, é um aliado importante da humanidade”, comenta ele, acrescentando que a segurança alimentar também está diretamente ligada à saúde dos solos. Dessa forma, cuidar da qualidade do solo é essencial para a sobrevivência humana em longo prazo.
A análise da saúde do solo envolve diferentes aspectos. Do ponto de vista químico, fatores como acidificação e salinidade são riscos sérios à sua qualidade. “Utilizamos análises rotineiras que medem os teores de nutrientes e a capacidade do solo de reter carbono”, explica Cherubin. Já na análise física, os principais indicadores incluem taxa de infiltração de água e porosidade.
Ele também alerta sobre as ameaças biológicas, como a perda de carbono e biodiversidade do solo. “Talvez o indicador mais importante que temos seja o carbono, mas também podemos avaliar a macrofauna e a diversidade de microrganismos”, diz ele, destacando a importância de monitorar a fauna do solo em diferentes níveis.
Tecnologias para monitorar solos
A Esalq investe em tecnologias para ajudar na análise da saúde do solo. O professor cita o uso do Kit SOHMA, que emprega sete indicadores físicos, químicos e biológicos. “O kit inclui um passo a passo para uso no campo, acompanhado de um livro e um e-book, onde os resultados podem ser registrados e um índice de saúde é gerado”, revela Cherubin. Ele acredita que tecnologias como essa ajudam a monitorar e melhorar a saúde dos solos.
Impacto da atividade humana
A professora Simone Cotta, também da Esalq, ressalta o impacto negativo da atividade humana, especialmente da agropecuária, na degradação dos solos. “O pisoteio do gado nas práticas pecuárias acelera o processo de desertificação, degradando até 50% da funcionalidade do solo”, alerta. Para ela, uma alternativa é isolar áreas degradadas para promover sua recuperação.
Simone também destaca a importância dos microrganismos no solo, que atuam na ciclagem de nutrientes e ajudam a melhorar a estrutura de solos erodidos. “Os microrganismos produzem compostos que agregam partículas do solo, recuperando sua estrutura”, conta ela. Além disso, são fundamentais na fixação de carbono, removendo CO2 da atmosfera.
Agricultura e solos saudáveis
Um solo saudável é essencial para a agricultura. Simone Cotta explica que “um solo que fornece nutrientes, teor adequado de água e boa estrutura para o desenvolvimento de raízes potencializa a produtividade agrícola”. Para ela, o pleno funcionamento da fauna, flora e microrganismos no solo reflete diretamente nos níveis de produtividade.
Em síntese, a manutenção da saúde do solo é fundamental não apenas para a agricultura, mas também para o equilíbrio ecológico e a mitigação das mudanças climáticas.
A saúde do solo é essencial para a sustentabilidade agrícola e a luta contra as mudanças climáticas, segundo os professores Maurício Cherubin e Simone Cotta. Cherubin enfatiza que solos saudáveis atuam como reservatórios de carbono, desacelerando o aquecimento global. Ele também menciona a importância de analisar a qualidade do solo sob perspectivas químicas, físicas e biológicas. Por outro lado, Cotta alerta para os danos causados pela agropecuária e destaca o papel crucial dos microrganismos na recuperação dos solos. Ambos os especialistas concordam que práticas de manejo sustentável são essenciais para mitigar a degradação e promover o crescimento agrícola.
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