“Enfim, a Comissão de ESG do CIEAM está posicionada para desempenhar um papel fundamental na transformação do pólo industrial de Manaus em um exemplo de sustentabilidade, inovação e responsabilidade social.”
Por Regia Moreira Leite
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Coluna Follow-Up
É muito importante assinalar que metodologia ESG (Environmental, Social, and Governance) ganhou destaque global após o Acordo de Paris em 2015, marcando uma nova era de responsabilidade corporativa e sustentabilidade. Esta reflexão visa explorar a adoção e o impacto do ESG, com foco específico no Polo Industrial de Manaus (PIM), analisando os desafios e oportunidades desde a sua implementação até as projeções para 2024-25.
Prós e Contras em relação à adoção do ESG trazem benefícios significativos, um deles é o fortalecimento da reputação corporativa, a promoção da sustentabilidade, e a melhoria das relações com stakeholders. Empresas que adotam práticas ESG tendem a atrair investidores conscientes e melhorar seu desempenho a longo prazo. Por outro lado, os desafios incluem o alto custo de implementação, a complexidade de integrar essas práticas nas operações existentes e a necessidade de uma mudança cultural significativa dentro das organizações.
No PIM, o ESG foi adotado sem alardes e ganhou uma nova dimensão diria compulsória com a pandemia de COVID-19 em 2020. As empresas locais enfrentaram o desafio de manter a economia estável, enquanto respondiam às necessidades sociais urgentes da sociedade. A produção de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), inicialmente impulsionada pela escassez causada por interrupções na cadeia de suprimentos, tornou-se um exemplo de resposta rápida e eficaz alinhada aos princípios ESG. Este episódio ilustra como as crises podem acelerar a adoção de práticas sustentáveis e socialmente responsáveis.
Empreender no coração da floresta Amazônica impõe desafios únicos. A região, conhecida por sua biodiversidade, exige que as empresas adotem um paradigma de sustentabilidade em todos os aspectos de suas operações. Isto significa não apenas cumprir com as leis ambientais, mas também ir além, assegurando a reposição dos estoques naturais e atendendo às demandas sociais, como prega a Agenda 21. A adoção do ESG neste contexto não é apenas uma escolha ética, mas uma necessidade para a preservação de um dos ecossistemas mais vitais do planeta.
A presença dos Conselheiros na entidade, de acordo com os estatutos do CIEAM, se estende até 2025, embora a próxima revisão do Acordo do Clima se dará até 2030. Na entidade, pois, já temos um planejamento que, em princípio, poderá ser retomado em qualquer cenário. Olhando para o futuro, espera-se que até lá, o ESG evolua de práticas isoladas para uma integração completa nas estratégias de negócios.
No Polo Industrial de Manaus, isso deverá significar avanços significativos na sustentabilidade, inovação em processos produtivos e uma maior consciência social. Com a crescente conscientização global, as práticas ESG devem se tornar a norma, trazendo benefícios não apenas para as empresas, mas para a sociedade e o meio ambiente como um todo.
A metodologia ESG representa mais do que uma tendência corporativa; é um caminho para um futuro mais sustentável e ético. No PIM, a adoção do ESG demonstrou não apenas a capacidade de adaptação em tempos de crise, mas também o potencial para uma transformação profunda no modo como fazemos negócios. À medida que nos aproximamos de 2025, a expectativa é de que o ESG continue a ser um motor de progresso, inovação e responsabilidade, guiando as empresas na jornada para um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.
Vamos, pois, buscar abordagem holística e sistêmica. Colocamos em nossa lista de objetivos e projetos que demonstra uma compreensão de que o ESG não é uma iniciativa isolada, mas um conjunto de práticas interconectadas que exigem uma abordagem sistêmica. Isso é essencial para garantir que os esforços de sustentabilidade sejam integrados em todos os aspectos da gestão empresarial.
Para isso, nosso foco será na educação e conscientização. Por exemplo, a ênfase em palestras, fóruns e compartilhamento de estudos de caso é um indicador de que a Comissão valoriza a educação e a conscientização como ferramentas cruciais para promover a mudança. Isso é fundamental para criar uma cultura de sustentabilidade e responsabilidade social nas empresas.
Isso supõe o engajamento e participação da comunidade. A inclusão de projetos que priorizam a responsabilidade social e o envolvimento com a comunidade local indica um reconhecimento de que o sucesso do ESG depende do apoio e da participação ativa das comunidades afetadas pelas operações industriais.
Outro aspecto é a avaliação e melhoria contínua, com realização de pesquisas e o uso da Matriz de Materialidade para avaliar práticas de ESG. Isso sugere um compromisso com a melhoria contínua, vital para adaptar as estratégias de ESG às mudanças nas condições de mercado, ambientais e sociais.
Integração e Intercomissões serão premissas sagradas de colaboração com comissões comoRecursos Humanos, Tributos, Inovação e Jurídico, entre outras, um passo positivo para garantir que as práticas de ESG estejam alinhadas com todas as facetas da organização. Isso também ajuda a evitar a fragmentação e promove uma abordagem mais unificada.
Parcerias e colaborações externas nos permitirão estabelecer parcerias com entidades governamentais, investidores e outras partes interessadas. Isso é crucial para a eficácia e o impacto ampliado das iniciativas de ESG e pode abrir portas para novas oportunidades, recursos e inovações.
Por fim, conformidade e e atualização são compromisso de mantermo-nos atualizado com as tendências e regulamentações relacionadas ao ESG é um indicador da seriedade com que a Comissão aborda sua missão. Isso não apenas garante a conformidade legal, mas também posiciona o CIEAM como um líder proativo no campo do ESG.
Enfim, a Comissão de ESG do CIEAM está posicionada para desempenhar um papel fundamental na transformação do PIM em um exemplo de sustentabilidade, inovação e responsabilidade social. Seus objetivos e projetos refletem uma abordagem estratégica e bem pensada, que pode servir de modelo para outras regiões e setores. A chave para o sucesso será a implementação efetiva dessas iniciativas, acompanhada de uma avaliação contínua e ajustes conforme necessário. Com esses esforços, o CIEAM não só fortalecerá sua posição no programa ZFM, mas também contribuirá significativamente para um futuro mais sustentável e justo para a Amazônia.
Régia é economista, administradora, empresária, coordenadora da Comissão ESG e conselheira do CIEAM, Centro da Indústria do Estado do Amazonas
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