“Mário Guerreiro planejou o CIEAM bem mais do que uma instituição. Um símbolo de perseverança e compromisso com o desenvolvimento econômico e social do Norte do Brasil. Um genuíno espaço institucional que os associados podem chamar de seu”.
Por Lúcio Flávio Moraes de Oliveira
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Coluna Follow-Up
Mário Expedito Neves Guerreiro completa seu 104º aniversário neste 9 de Outubro. Saúde e Alegria são os nossos votos de homenagem e eterna gratidão ao visionário fundador do Centro da Indústria do Estado do Amazonas – CIEAM. Uma lenda viva e uma chama fulgurante na história do empreendedorismo que embasa o desenvolvimento regional. Seu legado já está perenizado nos anais da memória fabril e na paisagem de desenvolvimento econômico da Amazônia. Seu impacto no setor produtivo da região é inegável, e sua influência continua a moldar o futuro, proporcionando benefícios que ecoam ao longo das décadas.
Numa entrevista publicada nesta Follow-up, Dr. Mário lembrou uma das obras de outro visionário, o Dr. Eliezer Baptista que, nos anos 70, pensou, detalhou e coordenou uma mega radiografia dos recursos minerais da Amazônia. Era o Projeto Radam, um levantamento aerofotogramétrico do subsolo da floresta com equipamentos de sofisticados Raios X, acoplados a aviões de porte longo percurso para vasculhar o que havia de mineral precioso e estratégico na região. A primeira impressão era de que se tratava de coisa de maluco.
Pois bem, Dr. Mario sempre acalentou uma iniciativa complementar, muito próxima à Bioeconomia, da qual pode ser considerado um precursor. Sua intuição desenhava o registro, com radiação eletromagnética, talvez, da biodiversidade da Amazônia e sua transformação em unidades fabris.
Em sua imaginação já estava desenhado um investimento em nanobiotecnologia com as categorias e instrumentos de seu tempo. Isso nos ajuda a estimar as visões de futuro desse empreendedor. Já teríamos uma verdadeira cidade de Biotecnologia no lugar do discreto CBA, Centro de Bionegócios da Amazônia. Todas as respostas para as moléstias, por exemplo, as demandas da cosmetologia e nutricionais da humanidade estariam atendidas. Um levantamento precioso e detalhado das ocorrências de espécies de alto valor agregado e a melhor forma de seu aproveitamento perene. O que significaria isso para o Brasil, senão a transformação do Amazonas e da diversificação da ZFM na capital mundial da Bioeconomia e da prosperidade sustentável.
O compromisso de Mário Guerreiro com o desenvolvimento regional se traduziu na criação da CIEAM, Centro da Indústria do Estado do Amazonas, um marco histórico que estimula 85% na roda do crescimento econômico. Sob sua liderança, o CIEAM desempenhou um papel fundamental na defesa dos interesses das indústrias aqui instaladas, promovendo investimentos e criando empregos. E vinculou este empreendimento ao crescimento socioeconômico do Amazonas e da Amazônia. Os benefícios desse esforço, no seu projeto utópico, ou seja, um lugar melhor a ser antecipado, são tangíveis: uma economia diversificada, uma força de trabalho qualificada e um ambiente empresarial próspero e protagonista.
No entanto, o legado de Mário Guerreiro vai além dos números. Ele é uma fonte perene de inspiração para novos empreendedores na Amazônia. Seu exemplo de visão, resiliência e compromisso inspirou uma nova geração a abraçar novos caminhos que desembarcam na gestão compartilhada e na participação ativa na construção de um futuro promissor para a região. Dr. Mário reuniu em torno de seu projeto um colegiado de lideranças expressivas dos anos 70 e 80. A proposta não se esgotava no desenvolvimento econômico.
O grupo liderado por Mário Guerreiro no final dos anos 70, com uma participação robusta do empresariado local e lideranças nacionais, considerava a criação do CIEAM como uma responsabilidade compartilhada, algo muito próximo da entidade nos dias de hoje, com seus Conselheiros em regime de gestão partilhada sob a batuta de seu presidente, Luiz Augusto Rocha.
Hoje, o CIEAM continua a ser uma força unificadora, mantendo viva a visão de Mário Guerreiro e trabalhando incansavelmente para preservar e ampliar os benefícios da Zona Franca de Manaus. O legado do fundador é uma lembrança constante de que o progresso é alcançado quando líderes visionários e empreendedores comprometidos se unem em busca de um objetivo comum. Ele planejou o CIEAM bem mais do que uma instituição. Um símbolo de perseverança e compromisso com o desenvolvimento econômico e social do Norte do Brasil.
Um genuíno espaço institucional que os associados podem chamar de seu. E este legado transcende o tempo, lembrando-nos sempre da importância dos direitos e deveres de quem gera riqueza, isto é, da participação ativa na construção de um futuro melhor para a região. Isso impulsiona a Amazônia em direção a um novo tempo de prosperidade e desenvolvimento regional com sustentabilidade. Parabéns, Dr. Mário Guerreiro!
Lúcio Flávio é administrador de empresas, advogado, conselheiro honorário, e presidente do CIEAM.
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