Nosso dever, como entidade de classe, é procurar reverter quaisquer ações que possam prejudicar o desempenho da economia do nosso estado e da Zona Franca de Manaus (ZFM), por isso somos solidários às justas reinvindicações, porém contrários ao movimento de greve que provocará irremediáveis perdas
Por Antonio Silva
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A ameaça de greve dos auditores da Receita Federal do Brasil (RFB), pelo não cumprimento de acordo firmado em 2017 pelo Governo Federal, é motivo de grande temor e preocupação para todos os segmentos produtivos do nosso estado, pois afeta não apenas a indústria local, como também os demais setores econômicos, trabalhadores e consumidores em geral.
A situação atual de dificuldades econômicas, que pouco a pouco se encaminha para possíveis soluções de melhoria, pode ser prejudicada, pondo por terra o desempenho econômico local e nacional do último trimestre, assim como a perda da esperança de se conseguir maior estabilidade econômica que gere empregos, distribuição de renda, segurança jurídica, competitividade e o bem-estar social para toda a população.
O Polo Industrial de Manaus (PIM) seria um dos mais afetados com a greve, a maioria das indústrias pratica o “just in time”, um sistema de produção que tem por objetivo nada produzir, transportar, vender ou adquirir antes da hora. Produz, armazena e controla apenas os pedidos suficientes para suprir a demanda real.
A escassez de matéria-prima, provocada por uma greve na RFB, seria altamente prejudicial às empresas na sua projeção para aumentar eficiência, cortar custos e diminuir desperdícios, além de consequências advindas da paralisação de linhas de produção.
Radicalizar nunca foi ou será a melhor solução, acredito que não interessa a nenhuma das partes o confronto, estamos dispostos a ajudar para que com sensatez seja encontrada uma alternativa viável, capaz de conciliar o problema. De fato, não podemos interferir efetivamente na questão de alocação de recursos orçamentários.
Nossa ajuda, caso necessária, seria propor uma reunião entre o Governo Federal e o Sindicato dos Auditores Fiscais (Sindifisco), para que por meio do diálogo construtivo possam chegar a um resultado que favoreça a todos. Assim como solicitar a intermediação dos nossos representantes parlamentares, no sentido de agendar uma possível reunião com o Governo.
O entendimento poderá ser feito com respeito às leis, normas e procedimentos, resguardando e assegurando direitos e deveres de ambas as partes, a fim de respeitar também os direitos do trabalhador, do empresário, enfim de toda a população brasileira. Por mais que pareça utópico, acreditamos nas boas intenções de pessoas sensatas que não visam somente os seus interesses. Entendemos que devem ser resolvidos os impasses, com entendimento, para que possamos crescer e desenvolver juntos.
Nosso dever, como entidade de classe, é procurar reverter quaisquer ações que possam prejudicar o desempenho da economia do nosso estado e da Zona Franca de Manaus (ZFM), por isso somos solidários às justas reinvindicações, porém contrários ao movimento de greve que provocará irremediáveis perdas.
Desejamos que as partes conversem, encontrem saídas criativas e inovadoras, que resultem em maior fortalecimento e união de esforços para o alcance de um bem maior, o bem-estar de todos.
Antônio Silva é administrador de empresas, empresário e presidente da Federação das Indústrias do estado do Amazonas e vice presidente da CNI.
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