O presidente Lula visitou nesta 2ª feira (13/3) a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, para participar da 52ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas. Em discurso, ele prometeu acelerar a retomada das demarcações de novos territórios indígenas e a retirada de garimpeiros e outros invasores das reservas.
“Nós precisamos rapidamente tentar legalizar quase todas as terras em que estão prontos os estudos, para que os indígenas possam ocupar os territórios deles, para que possam aumentar a produção. Para que possam ajudar a gente na necessidade de cuidar do clima. E para a gente mostrar que pode produzir alimento sem destruir a Amazônia, sem poluir um rio”, disse Lula.
Lula também ressaltou que a demarcação de terras é uma demanda legítima dos Povos Indígenas brasileiros. “Quando dizem que os indígenas estão ocupando 14% do território nacional brasileiro, é preciso lembrar que eles já ocuparam 100%. Os outros que estão ocupando 86% de uma terra que era território indígena”, afirmou o presidente. Agência Brasil, Brasil de Fato, CNN Brasil, O Globo, Poder360 e Valor, entre outros, repercutiram a notícia.
Esta é a 2ª passagem de Lula por Roraima.
Em janeiro, ele visitou a Terra Yanomami, palco de uma grave crise humanitária. Desde então, o governo federal tem mantido esforços contínuos para atender aos indígenas afetados por desnutrição e malária e retirar os milhares de garimpeiros que invadiram o território nos últimos anos.
O garimpo também está levantando preocupações na Raposa Serra do Sol. De acordo com Vinicius Sassine na Folha, representantes indígenas alertaram a equipe de segurança de Lula sobre a presença de garimpeiros no território, muitos recém-saídos da Terra Yanomami. Os indígenas temiam que isso pudesse representar um risco à segurança do presidente, em razão de sua decisão de acabar com o garimpo no território Yanomami.
Ainda sobre o garimpo na Terra Yanomami, Murilo Pajolla escreveu no Brasil de Fato sobre o aliciamento de jovens indígenas pelos garimpeiros e por lideranças políticas pró-garimpo.
Em tempo 1: No UOL, Jamil Chade abordou como a ditadura militar (1964-1985) atuou nos bastidores para impedir que o Brasil fosse condenado em instâncias internacionais por violações cometidas contra o Povo Yanomami. A informação foi revelada por pesquisadores da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e de Goiás (UFG), que analisaram documentos históricos do Itamaraty. Para eles, essa estratégia se repetiu durante o governo Bolsonaro, “sempre disposto a negar e desacreditar acusações de violações contra os Povos Indígenas”.
Em tempo 2: Já o Metrópoles destacou a situação de um grupo de Warao Coromoto refugiados no Distrito Federal. Eles alegam que o governo do DF abandonou a comunidade, que vive em um terreno alugado na região de Café sem Troco, no Paranoá. Fugidos da Venezuela, o grupo conta hoje com a solidariedade de algumas pessoas, o que é insuficiente para manter as 31 famílias alojadas.
Texto publicado em CLIMA INFO
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