Não vejo futuro nisso. Não vejo esperança nisso. E mesmo se eu fosse candidato a Presidente da República, eu seria engolido por este debate do ódio. Pois nestes tempos tão difíceis, os tolos simplesmente não querem escutar, mas apenas ter razão.
Por Farid Mendonça Júnior
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Se eu fosse candidato a Presidente da República eu iria discutir propostas para melhorar a educação no Brasil. Discutir políticas públicas de valorização do salário do professor e do seu bem estar, do bem estar do aluno na sala de aula e na escola, do acesso à escola e às universidades, de novos estímulos ao aprendizado, adoção de novas tecnologias na sala de aula e de novas disciplinas tal como programação na área de TI, refeições dignas e nutritivas, envolvimento da escola e das universidades com a comunidade e com as empresas, estímulo ao trabalho voluntário dentro das escolas e das universidades, estímulo ao esporte, dentre outras propostas.
Se eu fosse candidato a Presidente da República eu iria discutir propostas para melhorar a saúde no Brasil. Discutir políticas públicas para melhorar a estrutura dos hospitais, a remuneração dos profissionais e seu bem estar, redução de custos, eficiência energética com adoção de novas matrizes de baixo custo e limpas, adoção de novas tecnologias, estímulo ao relacionamento dos hospitais com as universidades com ênfase na pesquisa científica, medicina preventiva com o objetivo de evitar doenças na população e também reduzir custos no sistema público de saúde, adoção das melhores práticas internacionais, redução de tributos para medicamentos com ênfase para a população idosa, dentre outras propostas.
Se eu fosse candidato a Presidência da República, eu estaria discutindo políticas públicas na área da segurança pública. Valorização dos profissionais e seu bem estar, novos equipamentos principalmente com a adoção de novas tecnologias com ênfase em Big Data (análise de dados) e inteligência artificial. Proteção das nossas fronteiras com ênfase na utilização de drones e uma política adequada de desenvolvimento na fronteira.
Novas formas de tecnologias de identificação do cidadão (com ênfase no âmbito digital). Aproximação e relacionamento da polícia com as universidades e a pesquisa científica, com a busca de maior eficiência no combate ao crime, em especial o crime organizado. Ampliação da cooperação internacional no combate ao crime, em especial ao crime organizado e o tráfico de drogas e de pessoas, dentre outras propostas.
Se eu fosse candidato a Presidente da República, eu estaria discutindo a infraestrutura do país. Construindo políticas públicas para melhorar a logística no fluxo de produtos, serviços e pessoas. Redução de custos, eficiência energética, escala, adoção do melhor modal a cada situação específica, bem como dos multimodais apropriados para a magnitude deste país. Atração de capital internacional, concessões e privatizações eficientes e não entreguistas, adoção das melhores práticas internacionais, dentre outras propostas.
Se eu fosse candidato a Presidente da República, eu estaria discutindo políticas ambientais para o meu país. A adoção de novas matrizes energéticas e um maior estímulo à adoção destas tecnologias pelos governos (União, Estados e Municípios), empresas e pessoas. Estaria discutindo a inserção do país nos principais fóruns de discussão da questão ambiental no mundo. Estaria propondo a discussão da questão ambiental no Brasil, com a proposta de realização de uma COP (Conferência das Partes) no coração da Amazônia.
Estaria em busca das melhoras práticas internacionais na área. Na ampliação do diálogo e da cooperação internacional. No estímulo à pesquisa científica, com ênfase na descoberta de novas matrizes energéticas, na criação de novos materiais (engenharia de materiais) com ênfase na redução de custos e na redução do desperdício.
Numa política de proteção das nossas florestas, dos nossos rios, dos nossos biomas, da nossa biodiversidade e de uma política hídrica eficiente, principalmente nas cidades. Estímulo à discussão e ao aperfeiçoamento dos Estudos e Relatórios de Impacto Ambiental – EIA/RIMA. Políticas de proteção da fauna e da flora. Estímulo à criação de corredores ecológicos para a fauna, dentre tantas outras propostas.
Se eu fosse candidato a Presidente da República, eu estaria discutindo políticas públicas de desenvolvimento e expansão da economia nacional. Uma nova política industrial para o Brasil, para o desenvolvimento e a produção de novas tecnologias, com o objetivo de gerar emprego e renda para os brasileiros, e também para fortalecer a competitividade e o posicionamento do Brasil entre as economias mais avançadas. O aprimoramento da política agroindustrial, com foco na agregação de mais valor as commodities, para que o país deixe de vender apenas as nossas riquezas em estado bruto, mas que venda produtos de altíssimo valor agregado, com ênfase na bioindustria, na química fina, na engenharia de materiais, etc.
Se eu fosse candidato a Presidente da República, eu estaria discutindo políticas sociais para melhorar a vida do brasileiro. Renda universal que garantisse o mínimo existencial. A garantia de comida/refeições para as pessoas. Políticas públicas de estímulo ao acesso à casa própria. Políticas de inclusão dos marginalizados, dos sem tetos, dos condenados. Igualdade de oportunidades para as mulheres e para as pessoas de qualquer orientação sexual ou de qualquer cor. Combate à discriminação e à violência contra a mulher e aos idosos.
Lamentavelmente, o que vejo no Brasil é um retorno a Idade Média ou talvez para a Antiguidade, onde não se tem debate, não se tem técnica, não se tem seriedade, não se tem políticas públicas e não se tem futuro. Só temos fake news, ódio, vontade de estar certo e de condenação do outro, da utilização da religião e do nome de Deus, de uma suposta guerra do bem contra o mal, e de condenação de tudo que não está de acordo com o que a pessoa pensa.
Não vejo futuro nisso. Não vejo esperança nisso. E mesmo se eu fosse candidato a Presidente da República, eu seria engolido por este debate do ódio. Pois nestes tempos tão difíceis, os tolos simplesmente não querem escutar, mas apenas ter razão.
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