O professor Zanette pesquisa sobre as araucárias desde 1986.
Neste mês de abril estão sendo colhidos os primeiros pinhões de plantas selecionadas e enxertadas para a pesquisa do professor Flávio Zanette, da Universidade Federal do Paraná. Segundo o professor, a técnica pode salvar o pinheiro araucária da extinção.
“Depois de 36 anos de pesquisa atingimos nosso objetivo, que era tornar a nossa araucária uma planta com alto interesse econômico como produtora de pinhões. E desta forma, tirá-la da lista de espécies ameaçadas de extinção”, conta Zanette.
As plantas foram enxertadas em 2016 e 2017. Ou seja, produzirem pinhões em 2022 é extremamente precoce. Na natureza, sem enxertia, uma araucária de semente só inicia a produção depois de 15 anos de plantio. As razões da precocidade são apontadas por Zanette: a enxertia adequada com material adulto e a seleção de uma matriz produtiva de alta qualidade e produtividade. O tronco enxertado tem como origem o clone de uma araucária existente em Caçador (SC), que chegou a produzir 674 pinhas num só ano, cinco vezes mais que outras plantas.
“Isto é prova, primeiro, que é possível selecionar grandes matrizes altamente produtivas ou com pinhões especiais. Segundo, é possível cloná-las por enxertia e elas iniciam a produção de pinhões precocemente, como todas as plantas frutíferas enxertadas”, explica ele.
O professor Zanette pesquisa sobre as araucárias desde 1986. “Com o resultado alcançado em 2022, a araucária estará salva, porque plantar a árvore com essas características será altamente lucrativo para o proprietário rural. Se antes o agricultor não plantava porque não podia derrubar o pinheiro, agora o interesse dele será colher os pinhões e comercializá-los. Isso lhe dará, ao longo do tempo, uma renda superior ao cultivo de soja ou qualquer outra cultura por hectare. Esta é a diferença, esta é a grande notícia. Nestes 36 anos de pesquisa nós tínhamos uma esperança. Agora, temos a confirmação”, comemora o professor.
As plantas matrizes estão produzindo em vários locais, especialmente no Setor de Ciências Agrárias da UFPR, com quantidade impressionante de pinhas, exatamente como o pinheiro de Caçador (SC).
Fonte: CicloVivo/As informações são da UFPR.
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