O chanceler alemão Olaf Scholz viajou para Kiev, capital da Ucrânia, de onde seguirá para conversar com Putin em Moscou tentando congelar a guerra fria dos últimos meses. Os russos não querem ver a Ucrânia pender para a OTAN e posicionaram cerca de 160 mil soldados e muito armamento em torno da fronteira, além de posicionar sua esquadra no Mar Negro para bloquear qualquer ajuda que pudesse chegar ao país.
Diferente da ocupação da Crimeia em 2014, desta vez os EUA também mobilizaram tropas e Biden adotou um tom forte nas suas declarações. Um desses recados envolve o bilionário projeto do segundo conjunto de gasodutos ligando o gás russo aos consumidores europeus, o Nord Stream 2.
A Europa, hoje, no meio do inverno, ainda depende bastante do gás russo. Quase 20% de toda a energia consumida na Alemanha é gás russo, boa parte vinda por gasodutos que atravessam a Ucrânia. Desde o acirramento das tensões, o país passou a rediscutir os planos de construção de terminais de regaseificação.
Os russos, por outro lado, também dependem do rico mercado europeu. Por via das dúvidas, Putin foi a Beijing para as Olimpíadas de Inverno e aproveitou para assinar uma declaração conjunta de amor e apoio mútuo com Xi Jinping. A China está muito interessada no gás russo e do seu bloco na Ásia Central.
A mídia internacional está cobrindo diariamente a escalada das tensões. Os desdobramentos mais recentes estão na Bloomberg, no New York Times, na edição europeia do Politico, na Barron’s e no France 24. A viagem de Scholz foi destaque na EuroActive e na Reuters. Vale ver a análise na Economist.
Enquanto isso, ali ao lado da sala ocupada pelos adultos, Bolsonaro decidiu ignorar os repetidos apelos do governo norte-americano para cancelar sua viagem a Moscou. Bolsonaro disse aos correligionários de sempre, segundo O Globo, que, “o mundo todo tem seus problemas” citando exemplos históricos de países que anexaram terras de outros. E manteve a viagem esperando passar a imagem de que não se alinha automaticamente aos EUA.
Fonte: ClimaInfo
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