Apesar da pressão de setores do Partido Democrata e de grupos ambientalistas dentro e fora dos EUA, Biden não deve travar de imediato o relacionamento político e comercial com o Brasil de Bolsonaro. Segundo informou Marina Dias, na Folha, a Casa Branca quer dar tempo e espaço para tentar uma abordagem mais cooperativa com o governo brasileiro em favor da preservação da Amazônia, uma das principais preocupações da nova diplomacia climática dos EUA, antes de pensar em uma linha de ação mais dura. De acordo com a reportagem, Biden orientou diversos departamentos do governo norte-americano para desenvolver um programa de financiamento para proteção ambiental da Amazônia, em parceria com os países da região.
Na mesma linha, a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse que o governo Biden não vai se abster em relação a preocupações com o meio ambiente e os Direitos Humanos no Brasil, mas pretende fortalecer o diálogo entre Washington e Brasília, com foco na intensificação do comércio bilateral. Deutsche Welle, O Globo e Reuters destacaram a fala de Psaki.
Em tempo: A novela “Brasil na OCDE” segue quente. Assis Moreira deu detalhes no Valor sobre as tensões levantadas pela oposição francesa ao upgrade do status do Brasil no comitê de meio ambiente da entidade. O pedido estava previsto para ser analisado nesta semana, mas foi retirado da pauta sem maiores explicações. Segundo a matéria, a França quer que a OCDE se posicione de forma enfática contra a política ambiental do governo Bolsonaro. Talvez por isso, Bolsonaro tenha assumido um lado “paz e amor” durante a cerimônia de lançamento do programa Adote 1 Parque. Em meio a várias lorotas sobre preservação da Amazônia, o presidente minimizou os problemas no relacionamento com a França de Emmanuel Macron nos últimos anos e disse que “não tem porque Brasil e França se distanciarem”. O Globo publicou o “carinho” de Bolsonaro aos franceses e o Observatório do Clima explicou o que o endosso do Carrefour a esse programa significa.
Fonte: ClimaInfo
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