É de leitura obrigatória a matéria de Fabiano Maisonnave e Lalo de Almeida na ClimateHome News sobre invasões de Terras Públicas e Indígenas na Amazônia.
Com precisão cirúrgica, eles descrevem a mudança de perfil dos invasores: há quatro anos, Rondônia não registra ocupações de grandes propriedades porque no lugar de movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que faz campanha contra a invasão de Áreas de Conservação e Terras Indígenas, chegaram associações desconhecidas e criadas recentemente, mas que contam com assessoria de advogados e empresas de georreferenciamento, com a participação de pecuaristas da região, partidários do Bolsonaro, e com o apoio de políticos locais de direita.
Simultaneamente, ocorreu um realinhamento religioso: a Igreja Católica, que tem laços estreitos com o MST e produziu defensores históricos da reforma agrária na região amazônica, como o bispo Pedro Casaldáliga e a irmã Dorothy Stang, perdeu terreno para igrejas evangélicas, que costumam ser encontradas nas áreas recém-invadidas.
Um dos personagens da matéria, José Roberto de Jesus, ajuda a entender os efeitos dessa mudança: “Deus não nos permite invadir nada que pertença a outra pessoa, mas e se você estiver em um terreno pertencente à União? Quem é a União? A União somos nós – somos trabalhadores. Estamos vivendo do que era nosso por direito, por lei. Não invadimos nada pertencente a outra pessoa. ”
Fonte: ClimaInfo
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