“A mobilização de atores públicos e privados em resposta ao risco de vazante dos rios na região amazônica, especialmente em torno do Polo Industrial de Manaus, é uma questão crítica que requer atenção imediata e ação coordenada. Parcerias e planejamento conjunto. De quebra, essa mobilização terá garantias previas de bons resultados.”
Por Nelson Azevedo
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O Polo Industrial de Manaus, um dos mais importantes centros econômicos do Brasil, enfrenta desafios únicos devido à sua localização na Amazônia, onde a logística de transporte depende significativamente da navegabilidade dos rios entre outras peculiaridades. A possibilidade de uma nova vazante severa dos principais rios da região coloca em risco não apenas a continuidade operacional das empresas aqui instaladas, mas também o abastecimento e bem-estar da sociedade local e nacional.
O Papel do Poder Público Federal
O governo federal tem um papel crucial no provimento de infraestrutura logística essencial, especialmente no que diz respeito ao sistema de transportes. Para o Polo Industrial de Manaus, isso implica investimentos significativos na manutenção da navegabilidade dos rios, que são as artérias vitais para o transporte de mercadorias e pessoas na região. Afinal, podemos e queremos chamar nossos rios de hidrovias desde que instalados o balizamento, a dragagem sustentável e adoção de tecnologias disponíveis.
![Parcerias e planejamento: é possível superar desafios logísticos da Amazônia](https://brasilamazoniaagora.com.br/wp-content/uploads/2024/02/dragagem-amazonia-.png)
A realização de dragagens permanentes, melhorias na sinalização e na conectividade ao longo dos rios são medidas essenciais para garantir que as hidrovias sejam navegáveis durante todo o ano, reduzindo os custos logísticos e mitigando os riscos de desabastecimento.
Atuação do Estado e dos Municípios
Enquanto o governo federal foca na infraestrutura de larga escala, os governos estadual e municipal têm o papel de complementar essas ações com medidas locais – limpeza dos igarapés, campanhas educacionais – e o fortalecimento do debate e enfrentamento dos problemas específicos da região. Os rios não são lixeiras e sim fonte de vida e alimentação. Isso inclui o planejamento urbano e regional que leve em consideração os desafios logísticos impostos pela geografia amazônica, bem como a promoção de parcerias público-privadas para projetos de infraestrutura que beneficiem diretamente o polo industrial e as comunidades ao redor.
Colaboração Público-Privada
A reunião conduzida pela Secretaria de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) e pela Defesa Civil, na semana passada, que reuniu lideranças empresariais para discutir estratégias de enfrentamento das vazantes, é um exemplo claro da necessidade de colaboração entre o setor público e privado. As empresas, ao lado do governo, devem trabalhar juntas para desenvolver planos de contingência que minimizem as interrupções nas operações e garantam a continuidade dos negócios e o bem-estar da população. Não faz sentido impor tarifas adicionais de serviços em tempos de crise hídrica quando todos devem estar alinhados para não sobrecarregar elos setoriais deste alinhamento.
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Recomendações permanentes
Investimentos Contínuos em Infraestrutura**: O governo federal, em parceria com estados e municípios, deve garantir investimentos contínuos na infraestrutura de transporte, especialmente em hidrovias, para assegurar a navegabilidade dos rios o ano todo. Para tanto, é importante que a representação parlamentar seja envolvida para assegurar previsões orçamentárias para este fim.
Planejamento Integrado
É crucial um planejamento integrado que envolva todos os níveis de governo e o setor privado, com foco em soluções sustentáveis e de longo prazo para os desafios logísticos da região. Todos sairão ganhando com mais empregos, oportunidades e incremento de arrecadação. Isso inclui o fortalecimento e incentivos na formação de parcerias público-privadas para a execução de projetos de infraestrutura crítica, compartilhando recursos e conhecimentos.
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Planos de contingências e campanhas educacionais
Precisamos adotar a cultura da previsibilidade e desenvolver/implementar planos de contingência robustos, que permitam uma rápida resposta a vazantes severas e outros desastres naturais, minimizando impactos sobre a economia e a sociedade. São medidas que devem estar conectadas a campanhas de valorização e proteção ambiental. “O rio comanda a Vida”. Em lugar de propagandas de fulanizações, é preciso promover campanhas de comunicação e educação para sensibilizar a população e as empresas sobre a importância da gestão sustentável dos recursos naturais e da preparação para situações de emergência.
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Premissa social, ambiental e econômica
A mobilização de atores públicos e privados em resposta ao risco de vazante dos rios na região amazônica, especialmente em torno do Polo Industrial de Manaus, é uma questão crítica que requer atenção imediata e ação coordenada. Parcerias e planejamento conjunto. De quebra, essa mobilização terá garantias previas de bons resultados. Que outra saída teríamos para enfrentar os desafios impostos pela geografia da Amazônia e seu ciclo das águas. Somente através de esforços conjuntos e integrados será possível garantir a resiliência e a prosperidade econômica da região, seu desenvolvimento socialmente justo e ambientalmente e equilibrado, além de economicamente viável.
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Nelson é economista, empresário e presidente do sindicato da indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus, conselheiro do CIEAM e vice-presidente da FIEAM.
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