“A “Nova Indústria Brasil” representa uma janela de oportunidades para o Polo Industrial de Manaus, alinhando-se com as necessidades de desenvolvimento sustentável e inovação tecnológica.”
Por Nelson Azevedo
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O Polo Industrial de Manaus (PIM), um dos principais centros industriais do Brasil, está diante de uma nova era de desenvolvimento e de expectativas de integração com a introdução da política “Nova Indústria Brasil“. Esta política, delineada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, traça um plano de ação para 2024-2026, com metas estendendo-se até 2033.
Emprego, renda e avanço tecnológico
Criado no final dos anos 1960, o PIM foi uma resposta estratégica para promover o desenvolvimento na região amazônica. Ao longo dos anos, transformou-se em um hub industrial diversificado, essencial para a economia brasileira. Substituir importações era a meta, além da integração. Sua contribuição, porém, foi além do aspecto econômico, sendo um pilar para o avanço tecnológico e a geração de empregos na região.
Nova Indústria Brasil
A “Nova Indústria Brasil” é uma política ambiciosa, visando revitalizar o setor industrial do país que entrou em declínio a partir dos anos 80. Ela foca em setores chave como agroindústria, saúde, infraestrutura, transformação digital, bioeconomia e tecnologia de defesa. O plano inclui metas como alcançar autonomia na produção de tecnologias críticas e aumentar a participação do setor agroindustrial no PIB. Estratégias como linhas de crédito favoráveis e preferência para produtos manufaturados nacionais são cruciais nesse contexto.
Infraestrutura competitiva
O PIM, com sua infraestrutura e capacidade industrial, pode integrar significativas transformações sob esta nova política. Espera-se um aumento na competitividade, com incentivos para inovação e desenvolvimento tecnológico. A política pode fortalecer tanto o mercado interno quanto as exportações, gerando mais empregos e crescimento econômico na região. Tudo de que mais precisamos passa pelo provimento de infraestrutura competitiva, uma atribuição da governança federal e o caminho para a progressiva emancipação da contrapartida fiscal.
Desafios e Oportunidades
Apesar das oportunidades, o PIM enfrentará desafios, além da precariedade de infraestrutura, como a necessidade de adaptação rápida às novas diretrizes e a competição crescente no mercado global. No entanto, com o acesso das entidades de classe da indústria, acreditamos que a política industrial abre caminhos para o PIM que tem muito a oferecer. E se destacar em áreas como o Polo de Duas Rodas, o mais verticalizado, o aproveitamento compartilhado das oportunidades da Bioeconomia, da tecnologia de defesa, constante dos itens prioritários, aproveitando sua localização estratégica e seus recursos únicos.
Velhos hábitos predatórios
Em artigo publicado nesta segunda-feira, o professor Augusto Rocha adverte sobre a repetição de erros passados que levaram à destruição de biomas como o Cerrado e a Mata Atlântica, enfatizando a importância de evitar a produção de commodities de baixo valor agregado na Amazônia. Ele defende a recuperação de áreas degradadas através de práticas como a agrofloresta e a permacultura. E, considerando experiências já consagradas, o reflorestamento com produtos de valor agregado como a castanha do Brasil poderá gerar emprego, renda, incluindo crédito de carbono.
Paradigma da sustentabilidade
Há uma oportunidade única para empresas regionais adotarem novas tecnologias, ao invés de depender de multinacionais para monoculturas extensivas. Desse ponto de vista, é necessária uma transformação no modo de gerenciar a região, dentro do conceito de sustentabilidade do professor Samuel Benchimol. Este novo paradigma aliado a novas lideranças empreendedoras vai evitar a tentação autoritária de destruição no Amazonas.
Integração, inovação e brasilidade
A “Nova Indústria Brasil” representa uma janela de oportunidades para o Polo Industrial de Manaus, alinhando-se com as necessidades de desenvolvimento sustentável e inovação tecnológica. Se bem implementada, essa política não apenas fortalecerá o PIM, mas também contribuirá significativamente para o crescimento econômico e tecnológico do Brasil.
Nelson é economista, empresário e presidente do sindicato da indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus, conselheiro do CIEAM e vice-presidente da FIEAM.
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