Com a seca de 2024 se adiantando em 30 dias, governo do Amazonas prevê severos impactos e mobiliza esforços para mitigar danos a milhares de famílias e combater o aumento das queimadas
A estiagem na Amazônia deverá começar a ser sentida a partir de julho, com potencial para ser mais grave do que a de 2023. A Defesa Civil do Amazonas prevê que 150 mil famílias serão afetadas. Cerca de 30 secretarias e órgãos estaduais se reuniram em 20 de junho para discutir ações de enfrentamento e combate às queimadas, sublinhando a gravidade da situação.
Uma das consequências imediatas da redução no volume de chuvas é o aumento dos focos de incêndio. O Painel de Queimadas do Governo do Amazonas registrou até 19 de junho 539 focos, um aumento de 140% em relação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, a disponibilidade de água é uma preocupação crescente. A Defesa Civil instalou 42 estações de tratamento de água este ano, e a Companhia de Saneamento do Amazonas planeja implementar outras 20 até o final de setembro.
Para garantir a navegabilidade dos rios Amazonas e Solimões, o governo federal destinou R$ 505 milhões, conforme relatado pela CNN Brasil. Este investimento é crucial para a população e para o escoamento de produtos do polo industrial de Manaus. Em Porto Velho (RO), o rio Madeira secou quase três metros em apenas 15 dias, levando a Defesa Civil a decretar “cota de alerta”. O nível do rio caiu de 8,23 metros em 1º de junho para 4,15 metros em 19 de junho, a menor cota registrada em 2024. Em 2023, no mesmo período, o nível estava quatro metros acima dessa marca, com a média para o mês variando entre 7 a 8 metros.
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A bacia do rio Acre também está em alerta máximo para seca. Em Assis Brasil, houve um aumento do nível do rio na semana passada, enquanto em Rio Branco o nível permaneceu estável. Nas demais cidades, observou-se uma diminuição significativa. O acumulado de chuvas em Rio Branco até a última quinta-feira foi de apenas 0,80 mm, muito abaixo dos 60 mm esperados para o mês.
A seca na Amazônia não afeta apenas a região Norte; é um risco para todo o país. A Amazônia, que normalmente exporta umidade, está contribuindo para a seca em outras regiões, como o Pantanal. Dados do CEMADEN, destacados pelo g1, mostram um aumento dramático no número de cidades em estado de seca extrema e severa em todo o Brasil. Em junho de 2023, havia uma cidade sob seca extrema no país; atualmente, são 82. Outras 44 cidades estavam em estado de seca severa; hoje, são 735.
A situação exige atenção e ações imediatas para mitigar os impactos da estiagem na Amazônia e em todo o território nacional.
*Com informações CLIMA INFO
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