“Trata-se de uma cruzada cívica, amazônica, democrática, climática, e global, para assegurar o resgate da Amazônia e de nossa gente, propiciando-lhe, em estado permanente, emprego, renda e oportunidades de produção industrial adicional e sustentável de fármacos, dermocosméticos e alimentação funcional, uma revolução/pacificação do país pelo conhecimento e distribuição dos benefícios desta esfinge florestal, natural e libertária”.
Por Alfredo Lopes
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Coluna Follow-up
Proteger a Amazônia é atribuir valor à preservação sustentável da sua biodiversidade e monetizar em escala global seus serviços ambientais, com aproveitando racional de sua vocação histórica para a produção fabril. Vamos aqui listar algumas dessas opções, considerando a mobilização/escalação da Suframa como atriz integrante da nova política industrial do Brasil, segundo as próprias declarações do plano de trabalho do ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, vice-presidente da República.
1 – Diversificação, adensamento e regionalização fabril do Polo Industrial de Manaus. Isso significa devolver as centenas de PPBs, Processo Produtivo Básico, glosados pelo extinto ministério da Economia, e implantar os PPBs Indutivos, em linha com a nova política industrial do país. Nenhuma atividade na floresta será capaz de gerar no médio e longo prazo 500 mil empregos sem devastar a floresta.
2 – Fomentar indústria de suprimentos no Norte e Nordeste. Assim como o parque industrial do Sudeste atende as demandas de componentes, partes e peças demandadas pelo parque fabril instalado em Manaus, essas empresas poderiam ser atraídas, pela legislação da ZFM, Zona Franca de Manaus, para produzir nos estados alcançados pela Suframa, com os mesmos atrativos fiscais. Ou seja, no lugar do garimpo ilegal, a indústria da produção mineral e do setor agrossilvopastoril, nos padrões de sustentabilidade consagrados pela Embrapa.
3 – Produção de semicondutores no Polo Industrial de Manaus para atender o mercado brasileiro e Ocidental. Existe uma Medida Provisória dos semi-condutores, uma iniciativa arquivada. Afinal, não podemos esquecer dos parceiros asiáticos. Em funcionamento na ZFM temos mais de 25 empresas japonesas atuando na planta industrial de Manaus e temos com o Japão uma história sagrada de cooperação científica, tecnológica, econômica, ambiental, cultural e agroindustrial que é secular. As relações estratégicas entre Brasil e Estados Unidos, por sua vez, ensaia novos desdobramentos ainda este mês, que facilmente se integrarão aos propósitos energéticos, climáticos e industriais dos dois países.
4 – Temos rodando os Programas Prioritários de Bioeconomia, um conjunto de ações, resultantes dos fundos de Pesquisa&Desenvolvimento gerados na ZFM que já foram desencadeadas pelos organismos públicos como a Suframa e não-governamentais como o IDESAM. Produtos como açaí, castanha, piscicultura, óleos vegetais, café orgânico, cacau, já foram testados e aprovados, com um cardápio diversificado de produtos e de processos produtivos que deixam a floresta em pé e espalham oportunidades.
5 – Tecnologia da informação e comunicação. Além do programa prioritário de Bioeconomia, estão contidosnas verbas de P&D da Indústria, outros quatro programas prioritários, entre eles, e em estado avançado, o programa de Tecnologia da Informação e Comunicação, no contexto da quarta revolução industrial, a indústria 4.0. Uma economia limpa, verde, sustentável e capaz de atender o país, o continente e empresas ocidentais que ficaram prejudicadas com os graves problemas tarifários, logísticos e energéticos que abalaram a cadeia global de suprimentos e produtos acabados.
É preciso detalhar cada um desse itens, sistematizar as informações, os recursos tecnológicos disponíveis e os necessários para, de modo inteligente, efetivo e com impactos positivos imensuráveis, superar e remover a economia do crime, que inclui tráfico de drogas e lavagem de recursos do narcotráfico no garimpo ilegal, contaminação dos rios por parte deste garimpo perverso, vetor de destruição e morte. A pecuária do desmatamento e das queimadas precisam ter fim.
Temos 18% de terras degradadas na Amazônia, que podem reflorestar com espécies vegetais de alto valor, ou seja, de vida e inaugurar a prosperidade geral. Trata-se de uma cruzada cívica, amazônica, democrática, climática, e global, para assegurar o resgate da Amazônia e de nossa gente, propiciando-lhe, em estado permanente, emprego, renda e oportunidades de produção industrial adicional e sustentável de fármacos, dermocosméticos e alimentação funcional, uma revolução/pacificação do país pelo conhecimento e distribuição dos benefícios desta esfinge florestal, natural e libertária.
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