Alckmin precisará se apropriar da realidade factual da ZFM que não se restringe somente às questões da desigualdade econômica regional do Brasil, mas também ao interesse de milhões de brasileiros que dela se beneficiam quando da aquisição de artigos da alta qualidade e com os menores preços que o Brasil pode oferecer por estarem sendo produzidos no Polo Industrial de Manaus.
Por Juarez Baldoino da Costa
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É difícil imaginar como teria sido o Natal deste ano de 2022 no Amazonas se a ZFM de fato terminasse em 28 de fevereiro de 2023 quando seria extinta, não fosse sua prorrogação para 2073 ocorrida pela EC/83 no governo Dilma do PT em 2014. No ano de sua renascença, por coincidência com o mesmo PT no poder, agora com Lula em 2023, a ZFM volta à discussão no campo ministerial.
Geraldo Alckmin, como futuro vice-presidente ou como anunciado futuro ministro cuja pasta contempla a Suframa, estará tratando de episódios vinculados à ZFM nos quais, por exemplo, o ex-ministro e futuro governador de SP, Tarcísio de Freitas, também tratará, no interesse de SP. O mesmo Geraldo Alckmin quando governador de SP, cumpriu lá o que o cargo possa lhe ter exigido quando das questões tributárias relacionadas à ZFM, mas agora estará cuidando dos interesses do país, nos quais está inserida a ZFM.
Alckmin precisará ele próprio ou por sua assessoria, se apropriar da realidade factual da ZFM que não se restringe somente às questões da desigualdade econômica regional do Brasil, mas também ao interesse de milhões de brasileiros que dela se beneficiam quando da aquisição de artigos da alta qualidade e com os menores preços que o Brasil pode oferecer por estarem sendo produzidos no PIM – Polo Industrial de Manaus.
A elevada carga tributária brasileira, que certamente também não é do agrado do futuro vice-presidente, é a razão fundamental que justifica politicamente o funcionamento da ZFM, já que ela permite fomento econômico com a menor tributação do país na fabricação de seus produtos.
Sem a ZFM, os milhões de brasileiros, e não nos esqueçamos, todos também eleitores, perderiam um importante benefício que usufruem há décadas e que afeta diretamente os seus orçamentos domésticos. Estes eleitores-consumidores não estão necessariamente preocupados se a ZFM beneficia o Amazonas ou gera empregos na região, ou ainda se ela permite a proteção da floresta amazônica pelo seu funcionamento, esta última, inclusive, uma narrativa frágil e em processo de esquecimento.
O que de fato os preocupa é se o próximo celular vai custar R$ 3.100,00 ao invés de R$ 2.000,00, caso não sejam fabricados em Manaus. Por isto, em 2026, talvez não votem em candidatos que possam lhes causar este prejuízo real.
Os resultados econômicos que a ZFM proporciona ao Amazonas são meros reflexos decorrentes do benefício que ela proporciona aos brasileiros. É um exemplo notável da expressão “ganha-ganha”.
Personalidades da política ganham duas vezes com ela: uma quando compram um celular ou uma TV, e outra, ganhando a simpatia dos eleitores. Lula capitalizou a segunda.
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