Decididamente, são múltiplas as vocações de negócios daquele município, o que determina o papel vital da lendária rodovia, construída no mandato de três governadores nas décadas de 50 e 60, a saber, Plinio Coelho, Gilberto Mestrinho e Arthur Reis. O leque de negócios promissores tem uma lista que é robusta onde todos os itens se reportam às demandas de infraestrutura, a começar pela recuperação e duplicação da Rodovia AM-010.
Nelson Azevedo
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A primeira e mais simbólica conexão rodoviária do Amazonas está intransitável e isso precisa de uma intervenção urgente! Os gritos de insatisfação vem de todos os lados. Os usuários são aqueles que movimentam parte significativa da economia intermunicipal. E quem se atreve a trilhar sua buraqueira corre sérios riscos de vida e padecerá de muitos prejuízos. Os cofres estaduais, por sua vez, perdem receitas substantivas com a inibição dos negócios que essa estrada representa. Por sua importância, necessidade e direitos civis, as providências não podem demorar. Nesta reflexão, vamos recuar no tempo e entender o significado em amplos sentidos dessa conexão viária.
Memórias de uma conquista
O livro “Itacoatiara – Roteiro de uma cidade”, do escritor, historiador, poeta e servidor público da magistratura, Francisco Gomes da Silva, é leitura obrigatória para quem quiser entender a história do estado do Amazonas e de seu desenvolvimento no padrão de sustentabilidade que instalamos no Polo Industrial de Manaus há 54 anos. Na obra, são dedicados dois capítulos à saga da construção da Rodovia AM-010, a primeira estrada a ligar municípios do Estado, decisiva para realizar o sonho do Marquês de Pombal, Sebastião José de Carvalho e Melo e de seu irmão, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, de transformar a Velha Serpa, primeiro nome de Itacoatiara, em modelo de múltiplos empreendimentos, e sede administrativa das oportunidades que ambos identificaram na região.
Recuperação e duplicação
Decididamente, são múltiplas as vocações de negócios daquele município, o que determina o papel vital da lendária rodovia, construída no mandato de três governadores nas décadas de 50 e 60, a saber, Plinio Coelho, Gilberto Mestrinho e Arthur Reis. O leque de negócios promissores tem uma lista que é robusta onde todos os itens se reportam às demandas de infraestrutura, a começar pela recuperação e duplicação da Rodovia AM-010. O mais recente, o gás do município de Silves, da empresa ENEVA, exige infraestrutura rodoviária robusta, capazes de comportar carretas, até que a rede de gasodutos seja instalada.
Produção de alimentos e outros cultivos
A produção de alimentos – mencionada pelo historiador Francisco Gomes – se consolidou como uma das mais prementes e necessárias. Ele recorda a Colônia Japonesa, próxima à capital, sua produção de hortifrúti que, ainda hoje, fornece para Manaus alimentos de primeira linha com a milenar competência da agricultura nipônica. No cardápio, se destacam ainda o cultivo do guaraná, seringueiras, juta e malva, pimenta-do-reino e madeiras-de-lei. O mesmo se deu no lado de Itacoatiara onde são localizadas plantações também de seringueiras, castanheiras, sumaúmas, e de pimenta-do-reino, além de juta, arroz, milho, cana-de-açúcar, mogno, cumaru, jatobá, entre tantos outros. “O impulso que Itacoatiara sofreu nas suas estruturas social e econômica, deve-se totalmente à construção da rodovia”, diz o historiador.
Polo moveleiro
Obviamente que este modal não exclui a navegação regional, nacional e internacional como exportação de riquezas. O calado, ou profundidade fluvial de Itacoatiara, às margens do portentoso Rio Amazonas, suporta grandes embarcações o ano inteiro que podem conjugar uma interação logística para seu polo Moveleiro, inaugurado nos anos 90 e esvaziado em sua expansão exatamente pela deficiência rodoviária e portuária da Velha Serpa. Os negócios não param por aí. Tive a oportunidade de dirigir a Associação dos Exportadores do Amazonas e tenho muita saudades da diversidade de negócios de Itacoatiara.
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