O Custo Amazônia, que é a soma de séculos de falta de ação, com burocracia, adicionado ao já nefasto Custo Brasil foi possível ser observado, com questões como calado, navegabilidade ou praticagem.
Por Augusto Rocha
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O que é a cabotagem no Amazonas? Qual a sua importância? Existem oportunidades? Organizei, em conjunto com um competente time da FIEAM, um evento nesta semana que ousou discutir este pequeno aspecto da complexa logística do estado. Para tal, pude, com o público, ouvir e aprender com os dois palestrantes convidados que vivem esta dinâmica em seu cotidiano: o Sr. Luis Fernando Resano (Diretor da Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem) e o gestor do Porto Chibatão (principal TUP de Manaus).
No evento foi possível constatar como de fato Manaus é relevante para a cabotagem no Brasil, sendo a segunda principal cidade no transporte de contêineres. Também foi possível perceber como este potencial pode ser expandido, pois há capacidade ociosa nos terminais locais e nas embarcações que agora operam com uma frequência expressiva, pois temos cerca de 15 operações ao mês por aqui.
O Custo Amazônia, que é a soma de séculos de falta de ação, com burocracia, adicionado ao já nefasto Custo Brasil foi possível ser observado, com questões como calado, navegabilidade ou praticagem. O debate ao final foi precioso, inclusive com um inesperado depoimento de empresário que distribui mercadorias em todo o Amazonas, a partir dos contêineres que recebe.
Há muitas oportunidades para diálogos e visíveis desafios. Faltam mais conversas como esta. A intenção é fazer outras, em cada modal, em cada tipo de transporte da região, para, ao final, construir uma visão mais moderna de nossas oportunidades e deficiências. Para quem perdeu o evento, está disponível no YouTube, em https://youtu.be/XyqT0iJeozM.
A junção da universidade com o mercado é muito oportuna. Precisamos de mais ações como esta, para fugir dos achismos sobre a realidade, substituindo-os por provocações ao estilo de Kant. É uma grande necessidade enfrentar o problema da logística do Amazonas. Talvez soe como um exagero a associação filosófica, mas é necessário colocar visão científica sobre as mazelas, para pararmos de repetir que Manaus é longe, quando o que nos falta são condições competitivas.
Sapere aude será o mote da sequência deste evento.
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