Os eventos extremos decorrentes da crise climática, que aumentam em frequência e intensidade em todo o globo, já começam a atingir também os oceanos, como destaca o CarbonBrief. O fenômeno conhecido como “Bolha” (Blob, em inglês), que em 2015 atingiu o Pacífico Norte, causando a maior onda de calor marinha já registrada, tende a ocorrer com mais frequência, além de durar mais. Naquele ano, altas temperaturas no Pacífico tropical, associadas a um evento El Niño, causou branqueamento generalizado e morte de recifes de coral.
A ocorrência desses eventos extremos “compostos” – que ocorrem simultaneamente – também poderá se tornar “o novo normal” dos oceanos. Estas questões foram discutidas em um artigo científico publicado na revista Nature, o qual ressaltou a importância do aprofundamento de estudos sobre os impactos desses eventos compostos na vida marinha. Eles são preocupantes, “pois seus efeitos individuais podem interagir sinergicamente”.
Os autores se basearam na avaliação de padrões e tendências em extremos de oceano aberto disponíveis na literatura existente, bem como em simulações de modelos globais e regionais. “Com o aquecimento dos oceanos, a acidificação e a desoxigenação projetadas para aumentar por décadas, eventos extremos, como ondas de calor marinhas, se intensificarão, ocorrerão com mais frequência, persistirão por longos períodos de tempo e se estenderão por regiões maiores”, sentenciam os autores.
Os autores discutiram os impactos potenciais destes eventos em organismos e ecossistemas. Segundo eles, eventos compostos podem ter impactos “mais devastadores do que uma única onda de calor, afetando a vida marinha, como pequenas plantas flutuantes, aves marinhas e leões marinhos”.
Devido às emissões de gases de efeito estufa provocadas pela ação humana, os oceanos estão aquecendo, perdendo oxigênio e sofrendo um processo de acidificação.
Fonte: ClimaInfo
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