A intensificação da seca e mudanças na cobertura da terra nas últimas três décadas estão agravando o risco de desertificação na Caatinga, de acordo com análise divulgada nesta semana pelo MapBiomas. Os dados apontam para uma redução substancial dos corpos d’água naturais no bioma entre 1985 e 2020: a superfície total de água diminuiu 8,27% nesse período (79,3 mil hectares), e os cursos d’água natural tiveram uma redução ainda maior, de 40%.
Ao mesmo tempo, a Caatinga também perdeu 15 milhões de hectares (26,36%) de vegetação primária. Um dos fatores por trás dessa redução é o avanço da atividade agropecuária. Nesse período, mais de 10 milhões de hectares de savana e formações florestais foram convertidos em atividades associadas à agricultura e/ou pecuária. Quando incluída a área de vegetação não florestal convertida, o crescimento da agropecuária consumiu 11,26 milhões de hectares da Caatinga, respondendo assim por mais de 35% de seu território em 2020. O total de vegetação nativa do bioma representava 63% de área no ano passado.
EcoDebate, Jornal Hoje (TV Globo), UOL e VEJA destacaram os dados do MapBiomas sobre a Caatinga.
Em tempo: Vale a pena ler o artigo do professor Conrado Hubner Mendes na Folha sobre as tempestades de poeira que cobriram parte do interior de São Paulo nas últimas semanas. O raciocínio é claro, mas parece fugir da cabeça dos defensores da atual política ambiental brasileira: um país no qual o governo “passa a boiada” sobre o meio ambiente só pode testemunhar desastres ambientais em série. “Quem semeia degradação ambiental colhe tempestades de areia”.
Fonte: Climainfo
Comentários