“Eis porque a aproximação das empresas, incluindo as públicas, como a Embrapa, com autarquias como a Suframa, são pontes necessárias e essenciais para deixarmos a prosa estéril e adotarmos a conjugação do verbo fazer na primeira do plural.”
Por Nelson Azevedo
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A reunião das entidades de classe do setor produtivo com o novo superintendente da Suframa, general Algacir Polsin, trouxe à tona um diferencial extremamente positivo com relação às principais iniciativas da gestão Alfredo Menezes. Elas serão retomadas, evitando a habitual descontinuidade das ações desenhadas em conjunto com o setor produtivo. Nada contra as nomeações ligadas a esta ou aquela agremiação politico-partidária. Todas elas tem o direito de adotar seu modelo de gestão da coisa pública. Nos pronunciamentos do novo titular, porém, suas linhas de trabalho traduzem a visão original deste cinquentenário programa de acertos na perspectiva do desenvolvimento regional.
Adensamento e diversificação
O novo titular da Suframa vai priorizar o adensamento e a diversificação produtiva e econômica atual. Temos falado sobre consolidar novas matrizes econômicas e não temos mais tempo para adiar o movimento do discurso à prática. Avançamos no marco regulatório do PPB, trazendo para o espaço institucional do Conselho de Administração da Suframa as decisões sobre o que queremos e devemos diversificar. A pandemia nos deu algumas pistas e delas não podemos abrir mão. Um polo industrial de Saúde, outro de Bioeconomia, de Recursos Minerais, são indicadores do protagonismo em que a Suframa está focada. “.Vamos trabalhar juntos e tenho muito o que aprender com vocês”, disse o novo superintendente.
Indústria, Comércio e Agricultura
Um dos indicadores dessa diversificação foi a manutenção dos esforços e do fortalecimento da agroeconomia, um desafio que nos persegue desde o início da ZFM e que agora tem decisão política para empinar. O resgate do Distrito Agropecuário da Suframa, que deverá licitar a realocação dos lotes em diversos tamanhos e com a obrigatoriedade de apresentação de projetos agroindustriais, iniciada no ano passado, traduz a continuidade dos projetos e programas em andamento. Haverá aporte de recursos federais para o Distrito Agroindustrial de Rio Preto da Eva, que terá o papel de projeto demonstrativo para ser ajustado e aplicado a outros municípios da Amazônia Ocidental e Amapá. As vantagens competitivas do Comércio serão repensadas e ajustadas
Fundos Estaduais
Cabe lembrar que o Polo Industrial de Manaus repassa mais de R$ 1,2 bilhão a cada ano para interiorizar o desenvolvimento, ou seja, fomentar cadeias produtivas integrais e integradas para geração de empregos dentro das vocações regionais de novos negócios. Por que não criar ao longo da Br 319, nossa desejável e anunciada recuperação de conexão rodoviária ao resto do Brasil com um Distrito Agroindustrial/de Hortifruti/Fruticultura/Piscicultura como já está em andamento em Rio Preto da Eva, envolvendo o Careiro Castanho, Humaitá, Labrea e Tapauá, para citar alguns projetos e conglomerados urbanos do traçado.
Agronegócio sustentável
Vale lembrar da proposta robusta de reconfiguração do papel exercido pelo agroecologia e agroeconomia representado pelo DAS – Distrito Agropecuário da Suframa. Não podemos mais dizer que conservamos 96% da floresta do Amazonas em seu formato original. A lei nos permite manejar 20%. E nós não precisamos de tudo isso, o que seria mais de 30 milhões de hectares.
Ora, o projeto ZFM está assentado no tripé econômico da indústria, comércio e agricultura. O DAS, com seus 600 mil hectares, deverá conduzir as modelagens econômicas sempre na ótica da sustentabilidade, para ordenar as atividades econômicas de bioeconomia com inovação tecnológica para produção de alimentos, fármacos e cosméticos.
Estrada da Bioeconomia
O açaí, uma palmeira abençoada, virou febre global de alimento e energético e já responde por uma receita de R$7 bilhões de divisas para o Brasil a partir da Amazônia. Existe uma centena de palmeiras com frutos e polpas com os mais diversos usos e Bio negócios no leito da Rodovia Br 319. O levantamento dessas oleaginosas foi feito pelo Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia). Além do açaí, a pupunha, o patauá, o dendê … a lista é enorme. E, nunca é demais repetir, a melhor forma de conservar um bem natural é atribuir-lhe uma função econômica.
Eis porque a aproximação das empresas, incluindo as públicas, como a Embrapa, com autarquias como a Suframa, são pontes necessárias e essenciais para deixarmos a prosa estéril e adotarmos a conjugação do verbo fazer na primeira do plural. Em pouco tempo, e com muita disposição, vamos dizer ao Brasil: eis nossa contribuição para fazer de nosso país uma grande civilização, reconhecendo a Suframa como instituição inteligente de soberania do Brasil sobre a Amazônia.
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